Artigo Acesso aberto Produção Nacional

Manifestações musculoesqueléticas nos pacientes em programa de hemodiálise

2003; Elsevier BV; Volume: 43; Issue: 4 Linguagem: Português

10.1590/s0482-50042003000400004

ISSN

1809-4570

Autores

Alessandra de Sousa Braz, Ângela Luzia Branco Pinto Duarte,

Tópico(s)

Iron Metabolism and Disorders

Resumo

Uma diversidade de alterações osteoarticulares tem sido descrita em pacientes em hemodiálise crônica. OBJETIVO: Verificar a proporção e o tipo de manifestação musculoesquelética (MME) nos pacientes em programa de hemodiálise, em três centros da região metropolitana do Recife, e relacionálas com as variáveis sexo, etnia, idade atual do paciente e, ao iniciar a diálise, tempo de tratamento dialítico. MÉTODOS: Inicialmente, foram aplicados questionários em 197 pacientes distribuídos nos três centros no período de março de 2001 a janeiro de 2002. Após excluir 35 pacientes com diagnóstico prévio de doença reumatológica, investigou-se a presença de sinais e/ou sintomas de MME em 162 pacientes. A média de idade foi de 47,3 anos, a média da idade no início do tratamento foi de 43,8 anos, 94 pacientes (58%) eram do sexo masculino e 120 (74,1%), não-caucasóides. O tempo médio do tratamento dialítico foi de 44,1 meses, sendo utilizada a membrana de polissulfona em todos. RESULTADOS: MME foram observadas em 55 (34%) dos 162 pacientes do estudo. Destes, 38 apresentaram um único tipo de manifestação e 17 pacientes, mais de um tipo (16 apresentaram dois e um, três tipos), perfazendo um total de 73 manifestações distribuídas entre articulações (44), ossos (18), estruturas neuromusculares (seis) e periarticulares (cinco). A artralgia foi responsável por 46,6% de todas as MME, e o joelho foi a articulação mais acometida (52,9% dos casos). A dor óssea foi a segunda queixa mais comum (21,9%), as alterações periarticulares corresponderam a 6,8% das MME; e síndrome do túnel do carpo, deformidades ósseas e tumorações articulares ocorreram em 4,1%, 2,7% e 2,7%, respectivamente, do total de MME. Entre os 55 pacientes, alterações articulares foram encontradas em 72,7% deles, ósseas em 32,7%, neuromusculares em 10,8% e periarticulares em 9,1% dos pacientes. Neste estudo, observou-se a relação entre o tempo médio de tratamento dialítico (59,8 meses) e o desenvolvimento de MME (p < 0,001). CONCLUSÕES: a partir destes dados, conclui-se que a proporção de MME nos nossos pacientes foi de 34%; as manifestações articulares foram as mais observadas e a artralgia foi a queixa mais comum. No nosso estudo, com exceção do tempo de tratamento dialítico, as demais variáveis não mostraram associação com o aparecimento de MME.

Referência(s)