
A estrutura de capital das maiores empresas brasileiras: análise empírica das teorias de Pecking Order e trade-off, usando panel data
2013; UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE; Volume: 14; Issue: 4 Linguagem: Português
10.1590/s1678-69712013000400005
ISSN1678-6971
AutoresCarlos Alberto Correa, Leonardo Fernando Cruz Basso, Wilson Toshiro Nakamura,
Tópico(s)Working Capital and Financial Performance
ResumoPesquisas sobre estrutura de capital das empresas são consideradas dentre as mais relevantes na área de finanças. Diversas abordagens teóricas têm sido discutidas e testadas na literatura financeira. Este estudo buscou analisar o nível de endividamento das maiores empresas brasileiras, à luz das duas principais teorias que versam sobre o assunto, a teoria de Pecking Order e a teoria de trade-off, testando seus determinantes. A teoria do Pecking Order sugere a existência de uma hierarquia no uso de fontes de recursos, enquanto a teoria de trade-off considera a existência de uma estrutura meta de capital que seria perseguida pela empresa. O estudo é uma adaptação do artigo de Gaud et al. (2005), cujo trabalho serviu como base e principal referência para a escolha das principais variáveis e dos testes econométricos realizados. Tal como Gaud et al. (2005), desenvolvemos as análises estatísticas utilizando a metodologia de Panel Data, que considera os dados da amostra em corte transversal e longitudinal. Além de testes estáticos, foram feitos testes dinâmicos, com o objetivo de analisar o processo de ajuste da estrutura de capital ao longo do tempo, em direção a um suposto nível-alvo ótimo. Os resultados demonstraram relação negativa entre o nível de endividamento das empresas e o grau de tangibilidade dos ativos e a rentabilidade, bem como relação positiva do endividamento com o risco. Demonstraram ainda que empresas de capital estrangeiro são mais endividadas que empresas nacionais. De um modo geral, os resultados sugerem que a teoria de Pecking Order é mais consistente do que a teoria de trade-off para explicar a estrutura de capital das companhias abertas brasileiras. Em especial, destacamos a relação negativa entre endividamento e rentabilidade, confirmando vários outros resultados de pesquisa obtidos na realidade brasileira. A análise dinâmica demonstrou baixa velocidade do processo de ajuste da estrutura de capital em direção ao nível-alvo, sugerindo a existência de elevados custos de transação e confirmando o comportamento de Pecking Order dos administradores.
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