
Século XVII na França: Les Belles Infidèles, Racine e o modelo dos clássicos antigos
2013; UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO; Volume: 2; Issue: 3 Linguagem: Português
10.11606/issn.2316-3976.v2i3p29-43
ISSN2316-3976
Autores Tópico(s)Literature, Musicology, and Cultural Analysis
ResumoA história da tradução permite ao estudioso dessa área entrar em contato com diversos modelos adotados em diferentes momentos da história dessa prática. Em relação à história da tradução na França, um momento específico do século XVII chama a atenção dos estudiosos até nossos dias, o período conhecido como Les Belles Infidèles. Prática exercida sobretudo entre os anos 1625-1665 e auge de 1640 a 1650, segundo Zuber (1995, p.V), as traduções da ‘Idade da Eloquência’ ainda sucitam preconceitos e interpretações equivocadas frente a uma prática moderna que segue princípios mais objetivos. Assim, este artigo, primeiramente, procurará caracterizar esse período, inserindo-o no quadro específico pelo qual passava a França naquele momento. Na sequência, a tradução praticada no período conhecido como Les Belles Infidèles será renomeada como uma ‘adaptação ou recriação a partir dos modelos antigos’, o que será demonstrado de forma prática por meio de uma comparação entre uma tradução de Nicolas Perrot d’Ablancourt e de alguns trechos da peça Les Plaideurs de Jean Racine, datada de 1668, e a peça grega Les Guêpes de Aristófanes de 422 a.C.. Tal comparação possibitará, como conclusão, a afirmação de que a literatura clássica francesa é uma legítima herdeira da época das ‘traduções infiéis’.
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