Artigo Acesso aberto Produção Nacional

PSICOLOGIA SOCIAL DE ADORNO: RESISTÊNCIA À VIOLÊNCIA DO MUNDO ADMINISTRADO

2015; Associação Brasileira de Psicologia Social; Volume: 27; Issue: 1 Linguagem: Português

10.1590/1807-03102015v27n1p035

ISSN

1807-0310

Autores

Pedro Fernando da Silva,

Tópico(s)

Brazilian cultural history and politics

Resumo

O objetivo deste ensaio é analisar o potencial político da psicologia social de Theodor W. Adorno; refletir sobre sua capacidade de opor resistência à violência típica do mundo administrado, cuja dimensão psíquica regressiva, semelhante à que serviu de sustentação para a instauração do horror nazifascista, nos impulsiona a investigar os atuais mecanismos psicossociais de dominação responsáveis pela integração dos indivíduos regredidos a condições de existência manifestamente contrárias à preservação racional da vida. O método adotado para esta análise consiste na ênfase no objeto desta psicologia social - desindividualizados átomos sociais pós-psicológicos - e na atualização de seu modelo de crítica. Conclui-se que a continuidade dos mecanismos de integração psicossocial responsáveis pela interceptação do processo de individuação repete a violência totalitária: a aniquilação do indivíduo autônomo. Diante dessa tendência histórica funesta, a psicologia social de Adorno impõe-se como práxis: convertendo-se em resistência à barbárie.

Referência(s)