
The welfare state reader
2009; UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA; Volume: 22; Issue: 55 Linguagem: Português
10.1590/s0103-49792009000100013
ISSN1983-8239
AutoresClóvis Roberto Zimmermann, Amílcar Baiardi,
Tópico(s)Social Policy and Reform Studies
ResumoPIERSON, Christopher; C ASTLES, Francis (Ed.).The welfare state reader . 2. ed. Cambridge: P olityPress, 2007, 492 pgs.Clovis ZimmermannAmilcar BaiardiAs tentativas de desmonte do Estado de Bem-Estar Social incrementaram-se apos a crise econo-mica do fim dos anos setenta e inicio dos anosoitenta, que exacerbou a crise fiscal do Estado con-temporâneo. Elas tiveram como artifices ideologosneoliberais inspirados no “Consenso de W ashing-ton”, que preconizava a diminuicao da presenca doEstado na economia, uma recomendacao politicalegitimada pelo sucesso da nova macroeconomia deLucas, Sar gent e W allace. Em pouco mais de vinteanos, tem-se uma mudanca radical de natureza ede foco das politicas economicas e emerge um novoconsenso, o ‘Consenso de Londres’, que, na maislegitima tradicao social democratica, propoe umnovo intervencionismo, dessa vez sem ser prece-dido por uma revolucao no pensamento economi-co, como acontecera na metade do seculo passadocom a obra de K eynes.Entre esses dois momentos, duvidando queo Estado de Bem-Estar Social nao so nao desapa-receria, mas se mostraria como uma permanentenecessidade, surgem as duas edicoes do livro dePierson e Castles, The welfare state reader , 2006 e2007, ainda sem traducao para o portugues. A obraanunciava a retomada do interesse por essa tematica,de modo especial nos paises ditos desenvolvidos,e foi precedida de outros estudos e analises da po-litica comparada e dos Estados de Bem-Estar Socialcontemporâneos, sendo uma referencia o livro Ostres mundos do capitalismo de bem-estar , do socio-logo dinamarques Esping-Andersen.A diferenca do livro de Pierson e Castles emrelacao aos que o precederam e que The welfarestate reader se constitui em um completo compen-dio que reune artigos de diversos autores classi-cos contemporâneos e de outros que focalizam opassado, o presente e o futuro do Estado de Bem-Estar Social. O livro foi muito bem recebido. P araJochen Clasen, da Universidade de Edinburgh, elecobre teorias tradicionais e perspectivas que en-volvem debates e novas respostas politicas parasustentar recentes desafios para manter as politi-cas sociais de provisao em lar ga escala. P ara P eterTaylor-Gooby, professor de politicas sociais daUniversidade de Kent, o livro faz um excelentereexame de estudos academicos em politica socialno final do milenio. Trata-se de uma abordagemcomparativa com uma ampla revisao das aborda-gens teoricas, abrangendo estudos sobre os alicer-ces do Estado de Bem-Estar, tanto de marxistas,social-democratas, neoliberais de direita, como defeministas. A critica de T aylor-Gooby ao livro e deque ele representaria fortemente uma tradicao umtanto europeia de vertente anglo-saxonica.O texto organizado por Pierson e Castlescontem mais de 30 capitulos com quase 500 pagi-nas, e esta dividido em tres partes. Iniciado com onascimento do Estado do Bem-Estar Social, o li-vro avanca analisando as perspectivas do pensa-mento de esquerda, as perspectivas do pensamen-to da direita, a dimensao do feminismo, os regi-mes do Estado de Bem-Estar Social, a globalizacao,a europeizacao, os desafios demograficos e os daspoliticas publicas, concluindo com o tema o “novomundo do bem estar” e as vias para avancar. Aprimeira parte discute os modelos classicos doEstado de Bem-Estar , cujo destaque sao os artigosde T. H. Marshall sobre cidadania e classes sociaise de Richard T itmuss sobre o universalismo versusa selecao. Esses autores tornaram-se classicosapologistas do Welfare State , o qual seria capaz dereconciliar eficiencia economica com justica soci-al. Alem disso, os autores selecionaram artigos quediscutem o Welfare State na perspectiva da direitae da esquerda.Os autores da esquerda nao sao todos soci-al-democratas, sendo que O’Connor e Claus Offesao criticos do projeto atual, demonstrando queele tem algumas contradicoes. Mesmo assim, as
Referência(s)