
Variabilidade No Tratamento Do Cancer De Mama No Brasil
2013; Elsevier BV; Volume: 16; Issue: 7 Linguagem: Português
10.1016/j.jval.2013.08.2041
ISSN1524-4733
AutoresML Cherchiglia, João Pereira, Céu Mateus, F.D.A. Acurcio, Eli Iôla Gurgel Andrade, Camilla Ribeiro Lima Machado,
Tópico(s)BRCA gene mutations in cancer
ResumoDescrever as taxas de utilização do tratamento para câncer de mama feminino e determinar a variabilidade geográfica no uso desse tratamento. Estudo descritivo ecológico de utilização de tecnologia mediante análise de áreas geográficas, cuja fonte de dados foi a Base Onco, desenvolvida por meio de relacionamento probabilístico-determinístico dos registros de autorização para procedimentos de radioterapia e/ou quimioterapia e dos registros de internação hospitalar pelo SUS, no período de 2000 a 2006. Foram incluídas as pacientes com diagnóstico de câncer de mama entre os anos de 2000 a 2005 e com idade entre 19 a 100 anos. Para conhecer a magnitude da variação do tratamento para o câncer de mama entre os estados brasileiros foram utilizadas taxas brutas e padronizadas de tratamento oncológico por idade por 100.000 mulheres (censo 2000); razão de variação (entre os valores máximos e mínimos observados do percentil 5-95), coeficiente de variação e razão de utilização padronizada (RUE). Foram analisadas 104.343 mulheres com idade média de 55 anos (DP 13,51), a maioria residia na região sudeste (51%), no momento do diagnóstico estava no estadio II e III (73%) e fez quimioterapia e radioterapia exclusivamente (81%). A taxa padronizada para o tratamento oncológico de câncer de mama foi de 28,61 por 100.000 mulheres com razão de variação, entre o percentil 5-95, em torno de 3,5 vezes. A razão de utilização padronizada apresenta grande discrepância entre os estados. Os estados das regiões centro-oeste norte e nordeste - exceto Ceará e Rio Grande do Norte, apresentam RUE significativamente inferiores ao esperado (2,5 vezes a 15% menos). Os estados do sul e sudeste apresentam taxas superiores de RUE (10% a 38%). As discrepâncias observadas na probabilidade de receber um tratamento oncológico para o câncer de mama poderão indicar iniquidade no acesso aos serviços públicos de saúde no Brasil.
Referência(s)