
Aspectos florísticos da Estação Ecológica de Itapeva, SP: uma unidade de conservação no limite meridional do bioma Cerrado
2012; Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de SP; Volume: 12; Issue: 2 Linguagem: Português
10.1590/s1676-06032012000200015
ISSN1678-7927
AutoresRoque Cielo-Filho, Osny Tadeu de Aguiar, João Batista Baitello, João Aurélio Pastore, Maria Teresa Zugliani Toniato, Silvana Cristina Pereira Muniz de Souza, Conceição Rodrigues de Lima, Renan Soares de Almeida, Natalia de Oliveira Costa,
Tópico(s)Plant and animal studies
ResumoA Estação Ecológica de Itapeva - EEcI (24º 04' S e 49º 04' W, altitude 750 m), Itapeva, SP, é uma Unidade de Conservação (UC) de proteção integral com cobertura vegetal predominante de cerrado denso e cerradão, cuja ocorrência na região representa o limite meridional de distribuição do cerrado sensu lato. Buscando conhecer a flora regional e supondo a existência de particularidades florísticas devido às condições climáticas locais (ausência de déficit hídrico e incidência de geadas), realizamos um levantamento florístico nesta UC entre fevereiro de 2008 a maio de 2010 e registramos 437 espécies em sete diferentes fisionomias. Nas fisionomias de cerrado sensu lato foram encontradas 346 espécies distribuídas em 87 famílias e 220 gêneros. As famílias mais ricas foram Asteraceae (31 espécies), Fabaceae (27), Myrtaceae (26), Melastomataceae (21), Rubiaceae (15), Lauraceae (12), Bignoniaceae (11) e Poaceae (10). Em relação à riqueza e famílias mais representativas, a flora da EEcI não difere de outros remanescentes de cerrado sensu lato em latitudes mais baixas. Contudo, espécies frequentes naqueles remanescentes - Dimorphandra mollis, Xylopia aromatica, Eugenia aurata e Tocoyena formosa - não foram encontradas na região da área de estudo, provavelmente devido ao efeito de geadas e outros fatores climáticos limitantes. Por outro lado, Annona dioica, Brosimum gaudichaudii, Duguetia furfuracea, Anadenanthera peregrina var. falcata, Caryocar brasiliense e Schefflera vinosa não tinham ocorrência prevista na região de Itapeva por modelos de distribuição geográfica, possivelmente devido à ausência de déficit hídrico. As informações florísticas obtidas neste estudo poderão auxiliar na parametrização desses modelos. A similaridade florística observada entre os extremos fisionômicos de cerrado sensu lato de interflúvio na EEcI: cerradão e cerrado ralo, 26%, foi menor do que a similaridade florística entre a fisionomia campestre úmida e o cerrado ralo (27%), e entre a primeira e o cerrado denso (30%). Portanto, considerando a composição florística como um dos aspectos definidores do tipo de vegetação, a fisionomia campestre úmida pode ser incluída na delimitação de cerrado sensu lato na EEcI. Foram registradas oito espécies ameaçadas de extinção. Devido às dimensões reduzidas da UC, sugerimos a sua ampliação visando maior efetividade na conservação das populações dessas espécies.
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