
As catadoras de mangaba no Programa de Aquisição de Alimentos - PAA: um estudo de caso em Sergipe¹
2014; Brazilian Society of Economy, Administration and Rural Sociology; Volume: 52; Issue: 3 Linguagem: Português
10.1590/s0103-20032014000300003
ISSN1806-9479
AutoresDalva Maria da Mota, Heribert Schmitz, Josué Francisco da Silva Júnior, Noemi Miyasaka Porro, Tânia Carolina Viana de Oliveira,
Tópico(s)Agriculture, Land Use, Rural Development
ResumoO artigo trata da experiência de um grupo de mulheres extrativistas na comercialização de frutas silvestres, no âmbito do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), no estado de Sergipe. O quadro de análise insere-se no debate sobre pobreza e políticas públicas para grupos específicos no espaço rural. O foco aqui são as autodenominadas "catadoras de mangaba", que assumiram uma identidade coletiva baseada no uso comum de recursos com baixo impacto ambiental e pertencem ao Movimento das Catadoras de Mangaba (MCM). Embora tenham sido recentemente reconhecidas como sujeitos de direitos específicos, vivenciam a diminuição dos recursos, sobre os quais praticam o extrativismo, e as dificuldades de comercialização resultantes da insegurança relativa ao acesso aos frutos e à sazonalidade. A pesquisa foi realizada entre 2008 e 2011 por meio de observação direta e entrevistas abertas e semiestruturadas. Os principais resultados mostram que o PAA tem influenciado no aumento da renda, do consumo e da autoestima. Houve reordenamento da rotina diária das catadoras de mangaba que, para participar do programa, relegaram atividades tradicionais a segundo plano. As regras do programa foram ressignificadas e adaptadas localmente. Constata-se o aumento da solidariedade entre as catadoras participantes, paralelamente à intensificação da concorrência pelos frutos.
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