Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Abordagem Freudo-Frankfurtiana, pesquisa-ação e socioanálise: uma proposta alternativa para os Estudos Organizacionais

2013; Fundação Getulio Vargas, Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas; Volume: 11; Issue: 4 Linguagem: Português

10.1590/s1679-39512013000400004

ISSN

1679-3951

Autores

Ana Paula Paes de Paula,

Tópico(s)

Psychology and Mental Health

Resumo

Este artigo propõe uma reflexão acerca da abordagem freudo-frankfurtiana e a estratégia de pesquisa que dela deriva, articulando a metodologia de pesquisa-ação à socioanálise de René Lourau. A abordagem freudo-frankfurtiana que apresentamos realiza uma reconstrução epistemológica, evidenciando a proximidade entre a epistemologia frankfurtiana e a epistemologia freudiana, para elaborar um suporte teórico-analítico que instrui essa metodologia. Argumentamos que tal abordagem e metodologia propiciariam uma conjunção entre teoria e práxis, uma vez que promovem uma profunda interação entre pesquisador e pesquisados, além de ter a emancipação como um dos valores que norteiam a investigação. Nosso objetivo é buscar um saber e uma construção de conhecimento para os estudos organizacionais orientados pelo interesse emancipatório que seja tecnicamente aplicável e guie a atividade prática/comunicativa. Com o propósito de apresentar esta proposta alternativa para os estudos organizacionais, neste artigo, primeiramente apresentamos e discutimos a abordagem freudo-frankfurtiana, realizando uma reconstrução epistemológica. Na segunda parte, sistematizamos um suporte teórico-analítico a partir do qual elaboramos a estratégia de pesquisa anteriormente mencionada. Em seguida, apresentamos nossas considerações finais, concluindo que apontamos saídas para a pesquisa organizacional que privilegiam a prática e a emancipação, pois recomendamos que as investigações tenham um objetivo de conhecimento, mas, também, um objetivo prático, de modo que o analista organizacional pactue com o grupo ou organização abordados, sem deixar de incentivar sua autonomia, indicando quais são as metas coletivas da investigação, qual é o plano de ação a ser implementado e, ainda, realizando uma avaliação coletiva dos resultados.

Referência(s)