Artigo Acesso aberto Produção Nacional

FRATERNIDADE DE MIL HOMENS

2012; Volume: 4; Issue: 8 Linguagem: Português

10.11606/issn.2175-3180.v4i8p187-191

ISSN

2175-3180

Autores

Eric Beuttenmüller,

Tópico(s)

Literature, Culture, and Criticism

Resumo

Lancada no ano passado, chega em 2012, no Brasil, a ultima obra do escritor angolano Valter Hugo Mae, O filho de mil homens. E o quinto romance do autor, que, alem de prosa, ja tem quinze livros de poesia publicados. A historia se passa em uma vila, no interior de Portugal, e trata do cotidiano de Crisostomo e de outros moradores do local. Bem ao estilo dos escritores pos-modernos, a vila nao tem nome, assim como algumas personagens tambem nao. Da mesma forma, o tempo nao esta indicado; nem a epoca, nem a duracao da narrativa sao claras. O que importa e o que o signo “vila” desperta no imaginario dos leitores, quais significados ele vai suscitar neles. Por isso, logo nos vem a mente um local pequeno, habitado por pessoas com mentalidade bem conservadora, apegadas aos valores mais tradicionais. Com esses significados acessados, Mae nos mostra os conflitos gerados nessa sociedade, principalmente para quem e diferente, quem nao se enquadra nas expectativas dos familiares e demais habitantes. Nao e o caso de Crisostomo, um pescador bem encaixado nos esquemas sociais da vila, mas e o de outras personagens que passam pela sua vida, algumas delas tornam-se ate a sua nova “familia”. No inicio da narrativa, Crisostomo esta sozinho, aos quarenta anos, sem familia, sem companhia para os seus dias na vila. Mas certo dia, quando sai para pescar com seus colegas, encontra o jovem Camilo, um orfao que vivia com seu avo, o qual falecera ha pouco. Logo chama o pescador para morar consigo e o adota como pai. Camilo, entao, tornase o seu filho, de uma forma simples, que so poderia ocorrer em uma vila, principalmente a do nosso imaginario. Da mesma forma simples, Crisostomo, que era uma pessoa muito sensivel, conhece aquela que seria a sua esposa, Isaura. A primeira vista, pode parecer que as personagens sao frageis na sua construcao, algo como meros tipos sociais, ou personagens caricaturais, que serviriam apenas para girar as engrenagens da narrativa. Pode parecer que elas sao excessivamente superficiais. James Wood (WOOD, 2011) adverte sobre os riscos que correm os romancistas, principalmente

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