
Teoria crítica: uma nova geração
2012; CENTRO BRASILEIRO DE ANÁLISE E PLANEJAMENTO; Issue: 93 Linguagem: Português
10.1590/s0101-33002012000200003
ISSN1980-5403
Autores Tópico(s)Literature, Culture, and Criticism
Resumo[2] Nobre, Marcos. “Teoria Critica hoje”. In: Peres, Daniel Tourinho e outros (orgs.). Tensoes e passagens: critica e modernidade — Uma homenagem a Ricardo Terra. Sao Paulo: Singu‐ lar, 2008, p. 268. Para alcancar uma compreensao adequada do mo‐ mento presente, a Teoria Critica tem de ser capaz de entender como se configuram as lutas sociais emancipatorias. Com o declinio do so‐ cialismo como horizonte comum de emancipacao na segunda metade do seculo xx, essa tarefa exigiu de saida um acerto de contas do campo critico com o pensamento de Marx, que o inaugurou. Em termos teoricos, o sentido mais amplo dessa mudanca parece ter sido anunciado primeiramente por Adorno na decada de 19601. Diante da necessidade de renovacao da perspectiva emancipatoria, Adorno deu um passo atras: mostrou que a orientacao para a eman‐ cipacao propria da obra de Marx tinha de ser reconfigurada a partir de suas fontes no pensamento de Kant e de Hegel. Os escritos de Horkheimer da decada de 1930 haviam estabelecido uma nova relacao entre teoria e pratica no campo da Teoria Critica, de tal modo que os dois termos ja nao se encontravam em “uniao” — como havia formu‐ lado Lukacs —, mas no quadro de uma “orientacao para a emancipacao que tem de ser mantida a distância prudente da acao direta”2. Nesse sentido, Hegel permanece como fonte fundamental de uma teoria que nao separa rigidamente o “descritivo” do “normativo”. E, no entanto, Kant ganha novo peso em uma configuracao em que o ponto de vista da teoria nao coincide inteiramente e por principio com a acao de uma classe social portadora do universal, em que teoria e pratica nao sao mais pensados em uniao. A busca de uma renovacao da perspectiva critica continua a ter como ponto de fuga a obra de Marx, mas passou a se dar, a partir da conceituacao de Adorno, em um campo de forcas formado pelas obras de Kant e de Hegel, explicitado por um exercicio de criticas e de me‐ tacriticas sucessivas. Nao se trata de “voltar a Kant” ou de “voltar a Hegel”, sem mais, no sentido de se aferrar a uma das duas posicoes; trata‐se de pensar os dois pontos de vista um contra o outro, sem pon‐ to de parada previamente estabelecido, a maneira de um “dialogo” in‐ cessante entre uma e outra filosofia. Esse e o estado de coisas de que partiu Habermas, por exemplo. Mes‐ mo se a posicao kantiana tem preeminencia em sua teoria, Habermas dossie teoria critica
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