
Úlceras em megacólons chagásicos operados na urgência e eletivamente
2006; Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas de Gastroenterologia (IBEPEGE); Volume: 43; Issue: 4 Linguagem: Português
10.1590/s0004-28032006000400007
ISSN1678-4219
AutoresAugusto Diogo-Filho, Ademir Rocha, Daniel Oliveira de Conti, Karina Vasconcelos Ferreira,
Tópico(s)Global Health and Epidemiology
ResumoRACIONAL: O megacólon é uma doença freqüente no nosso meio e abordado na urgência pelas suas complicações como fecalomas, volvos e perfurações. As úlceras de estases nos megacólons contribuem como prováveis sítios de perfurações OBJETIVO: Comparar as freqüências de úlceras de decúbito em megacólons chagásicos operados na urgência, por volvo e fecaloma, e eletivamente, objetivando melhor conduta cirúrgica na urgência MATERIAL E MÉTODOS: Analisaram-se os laudos de 356 exames anatomopatológicos de ressecções colônicas de pacientes operados por megacólon chagásico na urgência (102 casos; 29%) e eletivamente (254 casos; 71%), no período de 1980 a 2000. As indicações cirúrgicas de urgência foram atribuídas a volvo (71 casos; 69,6%), fecaloma (25 casos; 24,5%), abdome agudo perfurativo após sondagem retal ou sigmoidoscopia (6 casos; 5,9%). Compararam-se as freqüências de úlceras nos dois grupos de peças cirúrgicas, com a utilização do teste do qui-quadrado RESULTADOS: Nos laudos das peças cirúrgicas obtidas nas cirurgias de urgência, constatou-se o registro de úlceras em 26 casos (25,5%); nas peças de ressecções eletivas verificaram-se úlceras em 21 casos (8,25%). A diferença observada foi estatisticamente significante. A comparação dos grupos de volvo, fecaloma e volvo com fecaloma, em separado com o grupo das cirurgias eletivas, evidenciou diferenças significantes em relação ao volvo e ao fecaloma CONCLUSÃO: A freqüência muito maior de úlceras nos megas operados em caráter de urgência enfatiza a necessidade da ressecção imediata do cólon sigmóide, ao invés da conduta conservadora de simples colostomia descompressiva, mesmo naquelas laparotomias exploradoras em que o exame macroscópico do sigmóide não mostre sinais de necrose. Desta forma, deve-se prevenir a ocorrência de perfuração do megacólon no pós-operatório mediato, com conseqüências usualmente graves.
Referência(s)