
Cota racial e jargão policial na universidade: para onde vamos?
2005; UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL; Volume: 11; Issue: 23 Linguagem: Português
10.1590/s0104-71832005000100014
ISSN1806-9983
AutoresCelia Maria Marinho de Azevedo,
Tópico(s)Race, Identity, and Education in Brazil
Resumoter posto a nu o autoritarismo e o arbítrio que permeiam as políticas anti-racistas de teor diferencialista, no caso, as ações afirmativas centradas em cotas raciais.Mas, além disso, o texto nos convida a refletir sobre o papel das ciências humanas na difusão de práticas autoritárias e na reatualização de conceitos científicos racistas no imaginário social.O caso UnB é, sem dúvida, emblemático das posturas autoritárias e arbitrárias que vêm acompanhando a implantação do sistema de ingresso por cota racial em universidades brasileiras.É emblemático porque em nenhum outro caso a lógica de se atribuir raça aos seres humanos foi desenvolvida até as suas últimas conseqüências e com tanta clareza.O sistema de autodefinição de raça pelo próprio candidato, ou mesmo do exame de fotografias para conferir a suposta raça assinalada pelo vestibulando, não chamou anteriormente tanta atenção, possivelmente porque a pessoa a quem se atribuía o poder de definir a raça era pouco visível.Além disso, houve quem se contentasse com a justificativa de que a raça -uma das invenções mais perversas da velha ciência do século XIX -estava agora a ser reinventada para fins anti-racistas e, por conseguinte, benéficos
Referência(s)