Editorial Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Gripe A, uma nova "espanhola"?

2009; Brazilian Medical Association; Volume: 55; Issue: 3 Linguagem: Português

10.1590/s0104-42302009000300001

ISSN

1806-9282

Autores

Liane Maria Bertucci,

Tópico(s)

Banana Cultivation and Research

Resumo

Edi torialDesde abril, muitos brasileiros têm acompanhado com curiosidade e preocupação notícias sobre uma nova epidemia de gripe, denominada primeiro de gripe suína e depois de gripe A (H1N1).Muitas são as dúvidas da população.Seria possível uma gripe tornar-se moléstia fatal para um grande número de pessoas?Quais os meios para evitar a doença?Qual o tratamento adequado para prevenir e liquidar a enfermidade?As questões feitas em 2009, e várias das respostas dos médicos a estas perguntas, parecem ecos das falas de leigos e doutores que viveram em 1918, quando a devastadora epidemia de gripe espanhola ou influenza espanhola vitimou o planeta.Apesar do nome pelo qual ficou conhecida, "espanhola", a gripe de 1918 teria surgido em campos de treinamento militar nos Estados Unidos e se espalhado pelo mundo em consequência do movimento de tropas que lutavam na Primeira Guerra Mundial.A Espanha, país neutro durante a guerra, não censurava as notícias sobre a nova epidemia, daí alguns deduzirem, equivocadamente, que a moléstia tivesse origem ou fizesse mais vítimas no país.Com exceção de algumas ilhas da Oceania, totalmente isoladas, o ciclo letal da influenza espanhola varreu o mundo entre agosto de 1918 e janeiro de 1919 1 .No Brasil, a gripe espanhola mobilizou a atenção de médicos, governo e população em geral a partir de setembro de 1918, depois que brasileiros contraíram a doença na África.Vários morreram.Esses homens eram membros da Missão Médica Brasileira e soldados do exército nacional, cujos navios ancoraram em Dakar (Senegal) e em Freetown (Serra Leoa) na primeira semana de setembro, antes de seguirem para a Europa em guerra.Notícias sobre os acontecimentos na África foram publicadas em diversos jornais nacionais e, nesses mesmos periódicos, artigos informavam sobre a passagem pelo Brasil do navio

Referência(s)