
Aterosclerose em indivíduos infectados com o HIV
2011; Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV); Volume: 10; Issue: 4 Linguagem: Português
10.1590/s1677-54492011000400016
ISSN1677-7301
AutoresEmmanuelle Tenório Albuquerque Madruga Godoi,
Tópico(s)Diabetes, Cardiovascular Risks, and Lipoproteins
ResumoObjetivo: Comparar as medidas do índice tornozelo-braço e do complexo médio-intimal das carótidas, femorais e subclávias em pacientes com HIV sob uso de terapia antirretroviral em relação ao Grupo Controle.Métodos: Setenta pacientes com HIV em uso de terapia antirretroviral há pelo menos cinco anos e 70 indivíduos sem HIV, pareados por sexo e idade, com até 50 anos, foram avaliados pela medida do índice tornozelo-braço e do complexo médio-intimal em carótidas comuns, internas, femorais e subclávia direita.Nas carótidas comuns, realizou-se a medida manual e automática do complexo médio-intimal, sendo a medida automática da carótida comum o padrão-ouro e considerando o complexo médio-intimal espessado quando >0,8 mm.Foi realizada a análise de homogeneidade dos grupos, com o nível de significância assumido em 5%, e foi realizada a comparação das medidas automática e manual, para carótidas, foram usados os gráficos de Bland-Altman.Resultados: Um paciente do grupo de casos (0,7%) teve o índice tornozelo-braço aumentado (>1,3 bilateralmente e sem sinal de calcificação), e não houve alteração no controle.A média automática do complexo médio-intimal em carótidas comuns não evidenciou espessamento em nenhum indivíduo.Não existiu diferença significante entre os grupos com relação ao índice tornozelo-braço, ao complexo médio-intimal e à presença de placas ateromatosas.A média de idade foi de 40,5 anos, nos casos, e 40,8 anos, nos controles.Os dois grupos foram semelhantes quanto ao tabagismo e à hipertensão arterial sistêmica.O colesterol e o triglicerídeo foram mais elevados nos casos, mas o índice de massa corpórea e a circunferência abdominal tiveram maior percentual de normalidade neste grupo.Ao se comparar a média automática da carótida comum direita (CCD) com outros sítios (subclávia origem, segmento médio e femoral comum), a diferença foi estatisticamente e clinicamente significante na origem da subclávia direita (CCD=0,51 versus 0,91 mm; p<0,001).Conclusão: Pessoas infectadas pelo HIV não apresentam risco mais elevado de aterosclerose do que a população controle, levando em consideração os fatores de risco clássicos da aterosclerose e as características específicas do HIV.Comparando a média automática da CCD com outros sítios, a diferença foi estatisticamente e clinicamente significante na origem da subclávia direita.
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