Caracterização bioestratigráfica do Neógeno superior da bacia de Santos com base em foraminíferos planctônicos
2006; Volume: 9; Issue: 3 Linguagem: Português
10.4072/rbp.2006.3.10
ISSN2236-1715
Autores Tópico(s)Paleontology and Stratigraphy of Fossils
ResumoRESUMO -A margem continental brasileira tem apresentado importante reservas de hidrocarbonetos do país e, por isso, vem sendo alvo de diversas pesquisas relacionadas à bioestratigrafia, à paleoecologia e à paleoceanografia.A caracterização bioestratigráfica de rochas do Neógeno superior (Pleistoceno/Holoceno) possibilita o reconhecimento de um arcabouço cronoestratigráfico para uma área e contribui para a identificação de lacunas e hiatos, além de possíveis escorregamentos e retrabalhamentos.Assim, esse procedimento tem se mostrado de grande utilidade no estudo da estabilidade de áreas do talude continental, contribuindo na implantação de plataformas de perfuração e dutos submarinos de óleo/gás.No presente trabalho, foram estudados os 10 m superiores do testemunho JPC-95, perfurado na porção sul da bacia de Santos, Brasil.Foram reconhecidas as biozonas X (Pleistoceno), Y (Pleistoceno) e Z (Holoceno), estando seus limites posicionados entre as amostras 920-921 cm e 910-911 cm, e 20-21 cm e 10-11 cm, respectivamente.Foram identificadas também as subzonas X1 e Y5 a Y1.Quatro bioeventos foram reconhecidos, com idade absoluta bem conhecida na literatura especializada: (i) o primeiro desaparecimento do plexo Pulleniatina obliquiloculata (YP.1; 84 Ka); (ii) o segundo desaparecimento do plexo Pulleniatina obliquiloculata (YP.2; 67,7 Ka -74,4 Ka); (iii) o último desaparecimento do plexo Pulleniatina obliquiloculata (YP.3, 42-45 Ka); e (iv) o último reaparecimento do plexo menardiforme (11,5 Ka).Estes resultados permitiram o refinamento bioestratigráfico para o intervalo do Neógeno Superior da bacia de Santos com base em foraminíferos e a correlação cronoestratigráfica com bioeventos reconhecidos na literatura para a bacia de Campos, possibilitando o reconhecimento de uma seqüência estratigráfica sem hiatos na sedimentação permitindo verificar a ausência de turbiditos ou escorregamentos no testemunho.
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