
Dados de epidemiologia descritiva de transtornos mentais em grupos populacionais do Brasil
1985; Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz; Volume: 1; Issue: 3 Linguagem: Português
10.1590/s0102-311x1985000300006
ISSN1678-4464
AutoresJ.M.F. Ferreira, Evandroda Silva Freire Coutinho,
Tópico(s)Homelessness and Social Issues
ResumoNeste trabalho são apresentados três tipos de dados sobre transtornos mentais: taxas de prevalência em amostras representativas, taxas de prevalência em estudos de famílias e o indicador de morbidade proporcional isto é, de proporções por diagnóstico entre pacientes internados em hospitais psiquiátricos do Brasil. Em relação a um inquérito epidemiológico, realizado em amostra representativa, a taxa de prevalência total foi de 20%, da qual 3,0%, 14,6%, 0,7%, 1,7% e 0,5% foram de alcoolismo, neuroses, psicoses, oligofrenia e síndrome orgânica do cérebro, respectivamente. A distribuição por sexo mostrou uma clara e esperada predominância de alcoolismo nos homens e de neuroses nas mulheres. Em um estudo voltado para a família de origem (pais e irmãos) de 150 grandes consumidores de drogas, a taxa de prevalência total entre 796 familiares foi de 23,2% As taxas específicas de problemas associados ao álcool, dependência de drogas, psicoses, neuroses, epilepsia, transtorno anti-social da personalidade e outros diagnósticos foram, respectivamente, de 8,4%; 5,3%; 3,1%; 4,0%; 0,8%; 0,9% e 0,8%. Os problemas associados ao álcool predominaram nos pais e neuroses nas mães, enquanto dependência de drogas predominou nos irmãos dos 150 consumidores-índice. O perfil da assistência psiquiátrica brasileira é parcialmente visto através do indicador de proporções de primeiras internações nos hospitais psiquiátricos nacionais. Esse indicador é distribuído por diagnóstico, em série histórica, desde 1940 até 1977. Tais dados mostram que as primeiras internações têm aumentado nas últimas quatro décadas, com maiores proporções dos diagnósticos de esquizofrenia e alcoolismo e dependência de drogas. Há, porém, diferença nas proporções de diagnóstico entre o hospital público e o particular-conveniado; tal diferença e o referido aumento de primeiras internações são de suma importância para os programas da área de Saúde Mental.
Referência(s)