Artigo Acesso aberto Revisado por pares

FLORAÇÕES DE Microcystis NA LAGOA DOS PATOS E O SEU ESTUÁRIO: 20 ANOS DE ESTUDOS

2009; UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO; Volume: 13; Issue: 02 Linguagem: Português

10.4257/oeco.2009.1302.06

ISSN

2177-6199

Autores

João Yúnes,

Tópico(s)

Biocrusts and Microbial Ecology

Resumo

Florações da cianobactéria Microcystis são regulares e recorrentes na lagoa dos Patos e seu estuário (RS). Embora o primeiro registro científico seja datado de 1987, informações de antigos moradores das margens indicam que as florações de cianobactérias existem desde o inicio do século passado. Durante os meses de verão e outono as grandes florações de M. aeruginosa aparecem e estão associadas ao fluxo de enchente do estuário, a condições N:P entre 10:1 a 16:1 e a temperaturas médias da água acima de 20ºC. Este fluxo mais lento de descarga das águas de superfície permite diversos ciclos de crescimento de Microcystis e o efeito do sal marinho interfere na composição intra e extracelular de microcistinas. No verão de 1995 a cepa RST9501 foi isolada a partir de uma floração na lagoa dos Patos e suas células consideradas tóxicas em bioensaios com camundongos, microcrustáceos e camarões. A cepa possui quatro variantes de microcistinas sendo a principal a D-Leu1 MCyst-LR. Estas toxinas foram também acumuladas por mariscos marinhos das praias do Atlântico Sul e por peixes de água doce. A toxicidade das microcistinas desta cepa tem sido avaliada através de testes que demonstraram estresse oxidativo em poliquetas e caranguejos marinhos e através de interferência na osmore­gulação de peixes. As microcistinas isoladas da lagoa dos Patos são consumidas por bactérias heterotróficas do gênero Burkholderia . As florações também produzem endotoxinas presentes em quantidades proporcionais às células de Microcystis e tem causado problemas de irritação de pele por contato em banhistas na região.

Referência(s)
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