Coexistência de colonização fúngica intracavitária (bola fúngica) e tuberculose ativa
2005; Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia; Volume: 31; Issue: 2 Linguagem: Português
10.1590/s1806-37132005000200009
ISSN1806-3756
AutoresGisela Unis, Pedro Dornelles Picon, Luiz Carlos Severo,
Tópico(s)Tuberculosis Research and Epidemiology
ResumoINTRODUÇÃO: Embora a tuberculose pulmonar seja o principal fator predisponente para o surgimento de colonização fúngica em cavidade saneada, a coexistência das duas doenças é rara. A simultaneidade de colonização fúngica e micobacteriose ativa na mesma cavidade (bacilos álcool-ácido resistentes entre as massas de hifas) é excepcional. OBJETIVO: Descrever achados clínicos, diagnósticos, radiológicos, condições associadas e evolução em pacientes com tuberculose e colonização fúngica intracavitária pulmonar. MÉTODO: Foram avaliadas, retrospectivamente, fichas clínicas de 625 pacientes, entre os anos de 1974 e 2002, com bola fúngica diagnosticada por imunodifusão e/ou estudo micológico. O critério de inclusão foi baciloscopia positiva no escarro ou em histopatologia. RESULTADOS: Foram selecionados catorze pacientes. Todos apresentaram hemoptise, seguida de tosse com expectoração, dispnéia, emagrecimento, febre, astenia e dor torácica. Em dois casos, um colonizado por Aspergillus niger e outro por Scedosporium apiospermum (Teleomorfo, Pseudallescheria boydii), houve concomitância lesional da tuberculose ativa e bola fúngica. Nos demais, a micobactéria foi encontrada em parênquima circunjacente ou em pulmão contralateral. CONCLUSÃO: Este estudo corrobora o antagonismo entre A. fumigatus e Mycobacterium tuberculosis. A possibilidade de concomitância de colonização fúngica e micobacteriose é demonstrada em outros agentes fúngicos, particularmente S. apiospermum (P. boydii) e A. niger.
Referência(s)