Gravura popular brasileira
2007; Universidade de São Paulo. Instituto de Estudos Brasileiros; Issue: 44 Linguagem: Português
10.11606/issn.2316-901x.v0i44p243-246
ISSN2316-901X
Autores Tópico(s)Urban and sociocultural dynamics
Resumo2005 foi comemorado na Franca como “o Ano do Brasil” e as comemoracoes incluiram uma exposicao de gravuras brasileiras no Musee du Dessin et de l’Estampe Originale de Gravelines, da qual este livro e o catalogo. Seu autor, Everardo Ramos, terminou recentemente uma tese de doutoramento sobre o mesmo assunto na Universidade de Paris X e com certeza da uma contribuicao original ao conhecimento. Seu ensaio-catalogo e organizado cronologicamente e dividido em tres fases principais: “origens”, entre 1800-1860; a era dos livrinhos vendidos por ambulantes, que os brasileiros chamam de folhetos ou literatura de cordel, entre 1860-1950; e, finalmente, o ultimo meio seculo, o tempo da passagem “da praca do mercado ao negociante” que deu titulo a exposicao e ao ensaio. Na primeira parte de seu ensaio, Ramos faz uma discussao inovadora de uma topica negligenciada. Como observa, no Brasil, diferentemente da America Espanhola, nenhuma maquina impressora foi permitida antes de 1808. Depois deste ano, a imprensa foi estabelecida nao so no Rio, mas tambem nas cidades maiores do Nordeste, Salvador e Recife. Periodicos produzidos no Recife e em outras partes tiveram papel importante nos debates ocorridos antes, durante e depois da independencia do Brasil. Historiadores tem estudado a imprensa brasileira do inicio do seculo XIX, mas, ate Ramos, deram pouca atencao as xilogravuras que ilustraram jornais como O Marimbondo ou O Arara. Seus elogios da qualidade artistica dessas xilogravuras podem ser meio exagerados, mas e convincente seu argumento de que reforcaram com intensidade as mensagens politicas frequentemente polemicas dos jornais. Com efeito, para o publico iletrado, que era maioria mesmo nas cidades, as imagens eram as mensagens.
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