Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Estudo de fatores pró-trombóticos e pró-inflamatórios na cardiomiopatia chagásica

2010; Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC); Volume: 95; Issue: 5 Linguagem: Português

10.1590/s0066-782x2010005000146

ISSN

1678-4170

Autores

Leila Maria Magalhães Pessoa de Melo, Germano Emílio Conceição Souza, Leandro Richa Valim, Luíz Felipe Pinho Moreira, Élbio Antônio D’Amico, Tânia Rúbia Flores da Rocha, Antônio Carlos Pereira Barretto, Célia Maria Cássaro Strunz, Edimar Alcides Bocchi, José Antônio Franchini Ramires,

Tópico(s)

Blood Coagulation and Thrombosis Mechanisms

Resumo

FUNDAMENTO: A relação entre atividade inflamatória e pró-trombótica na cardiomiopatia chagásica e em outras etiologias é obscura. OBJETIVO: Estudar o perfil de marcadores pró-trombóticos e pró-inflamatórios em pacientes com insuficiência cardíaca chagásica e compará-los com os de etiologia não chagásica. MÉTODOS: Coorte transversal. Critérios de inclusão: fração de ejeção do VE (FEVE) < 45% e tempo de início de sintomas > um mês. Os pacientes foram divididos em dois grupos: grupo 1 (G1) - sorologias positivas para Chagas - e grupo 2 (G2) - sorologias negativas para Chagas. Fator pró-inflamatório: PCR ultrassensível. Fatores pró-trombóticos: fator trombina-antitrombina, fibrinogênio, antígeno do fator de von Willebrand, P-selectina plasmática e tromboelastograma. Amostra calculada para poder de 80%, assumindo-se diferença de 1/3 de desvio-padrão; p significativo se < 0,05. Análise estatística: teste exato de Fischer para variáveis categóricas; teste t de Student não pareado para variáveis contínuas paramétricas e teste de Mann-Whitney para variáveis contínuas não paramétricas. RESULTADOS: Entre janeiro e junho de 2008, foram incluídos 150 pacientes, 80 no G1 e 70 no G2. Ambos os grupos mantinham médias de PCR ultrassensível acima dos valores de referência, porém, sem diferença significativa (p=0,328). Os níveis de fibrinogênio foram maiores no G2 do que no G1 (p=0,015). Entre as variáveis do tromboelastograma, os parâmetros MA (p=0,0013), G (p=0,0012) e TG (p=0,0005) foram maiores no G2 em comparação ao G1. CONCLUSÃO: Não há indícios de maior status pró-trombótico entre chagásicos. A dosagem de fibrinogênio e dos parâmetros MA, G e TG do tromboelastograma apontam para status pró-trombótico entre não chagásicos. Ambos os grupos tinham atividade inflamatória exacerbada.

Referência(s)