Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Epidemiologia dos acidentes ofídicos notificados pelo Centro de Assistência e Informação Toxicológica de Campina Grande (Ceatox-CG), Paraíba

2009; ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE SAÚDE COLETIVA; Volume: 12; Issue: 1 Linguagem: Português

10.1590/s1415-790x2009000100006

ISSN

1980-5497

Autores

Josiverton de Carvalho Lemos, Thaise Dantas de Almeida, Sayonara Maria Lia Fook, Adriana de Azevedo Paiva, Mônica Oliveira da Silva Simões,

Tópico(s)

Wildlife Conservation and Criminology Analyses

Resumo

Os acidentes causados por animais peçonhentos ainda constituem problema de Saúde Pública no Brasil. Embora a produção e a distribuição dos soros no país encontrem-se estabilizadas, há problemas relacionados à notificação de acidentes deste tipo em várias regiões. Considerando esta realidade, foi realizado um estudo transversal entre janeiro e dezembro de 2005, utilizando documentação indireta sobre os acidentes ofídicos ocorridos em Campina Grande e 80 municípios adjacentes à região, com o objetivo de conhecer o perfil epidemiológico e clínico deste tipo de caso. Todos os pacientes atendidos tiveram diagnóstico médico de acidente por serpentes realizado pelo Centro de Atendimento Toxicológico de Campina Grande (Ceatox-CG). Os dados foram coletados através da ficha de notificação do Sinan (Sistema Nacional de Notificação de Agravo do Ministério da Saúde). Para análise dos dados, foi utilizada estatística descritiva e os dados foram tabulados no programa Microsoft Excel 2003. Dos 1.443 atendimentos no Centro, 737 foram causados por animais peçonhentos e, destes, 277 foram provocados por serpentes peçonhentas e não peçonhentas. Os acidentes predominaram no sexo masculino, na faixa etária de 10 a 29 anos, principalmente em agricultores na zona rural, entre maio e novembro de 2005. O gênero Bothrops foi responsável pelo maior número de casos (71,5%), e as extremidades superior e inferior do corpo foram os locais de maior predominância de ataques. Na extremidade inferior, foi atingido principalmente o pé. Em relação à gravidade, foram mais frequentes os acidentes classificados como leves causados pelo gênero Bothrops e apenas um paciente evoluiu para óbito. A média do tempo de atendimento, em horas, foi superior a 12 horas nos acidentes considerados graves, causados pelos gêneros Bothrops e Crotalus. Nossos resultados concordam com o perfil epidemiológico nacional dos acidentes ofídicos, atingindo com maior frequência o sexo masculino - trabalhadores rurais, na faixa etária produtiva de 10 a 49 anos - atingindo, sobretudo, os membros inferiores, e a maioria desses acidentes foi atribuída ao gênero Bothrops.

Referência(s)