
A questão da mulher e a Aids: novos olhares e novas tecnologias de prevenção
2005; UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO; Volume: 14; Issue: 2 Linguagem: Português
10.1590/s0104-12902005000200010
ISSN1984-0470
Autores Tópico(s)Health, Nursing, Elderly Care
ResumoA aids cresce em cifras no Brasil e no mundo. No mundo todo, cerca de 42 milhões de pessoas são soropositivas. Desde o início da década de 80 até setembro de 2003, foram notificados 277.154 casos de aids no Brasil. Atrás desses índices está uma triste realidade: a epidemia cresce 9 vezes mais entre as mulheres. São, no geral, jovens ou mulheres casadas ou que têm relacionamento fixo, sem comportamento promíscuo e que contraíram o vírus dentro de "casa". Junto à descoberta da contaminação pelo vírus, vem a dolorosa verdade da traição do parceiro, a implacável confirmação da fragilidade da relação conjugal vivida, mas principalmente, a morte do mito do amor ideal, guardado numa aliança ou numa união estável. Cada vez mais, vidas femininas são ceifadas assim, com essa história de amor incondicional relativo ao parceiro e total ausência de amor próprio. Devoção de um lado e negligência de outro. Mais do que uma suposta questão filosófica, antropológica ou ontológica, creio que, diante dos números apresentados, o baixo auto-cuidado feminino trata-se de um problema de saúde pública. Mas o que temos feito em termos de prevenção a Aids diante do segmento feminino e suas demandas? Na oportunidade deste relato, teceremos considerações sobre como nós, profissionais de saúde, podemos contribuir na gestão e desenvolvimento de novos programas e tecnologias de prevenção que alcancem o universo feminino e efetivamente desviem-no do comportamento de risco.
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