
Tireoide: a patologia dos núcleos
2009; Editora da Universidade de São Paulo; Volume: 53; Issue: 7 Linguagem: Português
10.1590/s0004-27302009000700001
ISSN1677-9487
Autores Tópico(s)Coagulation, Bradykinin, Polyphosphates, and Angioedema
ResumoOreconhecimento definitivo da existencia da variante folicular do carcinoma papilifero bem diferenciado da tireoide pela Organizacao Mundial da Saude (OMS), em 1984, acompanhado da padronizacao dos criterios diagnosticos desta nova entidade, revolucionou o diagnostico das neoplasias foliculares da tireoide. Enquanto o carcinoma folicular continuou a ser definido pela existencia de invasao vascular ou capsular, o carcinoma papilifero deixou de ser caracterizado pela arquitetura papilifera e passou a ser diagnosticado por criterios nucleares (aspecto vazado, grooves, pseudoinclusoes, entre outros). Desde que as alteracoes nucleares caracteristicas estejam presentes, o tumor e diagnosticado como carcinoma papilifero, mesmo sem formacao de papilas ou comportamento invasivo. Ao se procurar rotineiramente as alteracoes nucleares do carcinoma papilifero em todos os nodulos da tireoide, os patologistas se deparam frequentemente com padroes intermediarios de alteracoes nucleares. Enquanto alguns nucleos sao facilmente identificaveis como do tipo folicular ou papilifero, outros exibem um espectro de alteracoes entre esses dois polos caracteristicos. O carcinoma papilifero e caracterizado por um conjunto de alteracoes nucleares, mas nenhuma delas e patognomonica. Quais seriam, entao, as alteracoes minimas necessarias para um diagnostico definitivo? Nao ha um consenso definitivo na literatura e isso levou a uma variabilidade intra e interobser vador significativa no diagnostico da variante folicular do carcinoma papilifero (1,2). Mesmo entre especialistas em patologia da tireoide, o indice de concordância em casos selecionados varia de 39% (em geral) a 66,7% (em casos com metastases). O uso de marcadores imunoistoquimicos e moleculares pode favorecer a malignidade, mas nao permite, por si so, um diagnostico definitivo, sendo necessaria a presenca das alteracoes nucleares caracteristicas (3-5). As lesoes classificadas como foliculares representam tambem um desafio diagnostico. Ao se caracterizar o chamado “padrao folicular” no material obtido por puncao aspirativa por agulha fina, continua sendo necessaria a avaliacao histologica do nodulo para o estudo de sua eventual capsula. Nao e possivel diagnosticar malignidade apenas pelo aspecto citologico, e os marcadores imunoistoquimicos e moleculares ainda nao permitem distinguir o carcinoma folicular das lesoes adenomatosas benignas, podendo apenas favorecer uma ou outra possibilidade (3-5). Alem disso, alguns desses casos acabam sendo reclassificados como variante folicular do carcinoma papilifero. Este volume da revista da Associacao Brasileira de Educacao Medica (ABEM) traz um artigo de Ferreira e cols. que apresenta uma metodologia que pode contribuir para uma abordagem mais objetiva do padrao nuclear nas lesoes foliculares da tireoide: a analise de imagem com avaliacao da textura da cromatina nuclear (6). Foram estudadas varia veis morfometricas, densitometricas e de analise de textura visando a distincao entre os diferentes tipos de lesao folicular e tentando diferenciar lesoes benignas de malignas. Os autores concluem que a analise de imagem pode ser util no diagnostico diferencial das lesoes de padrao folicular, em conjunto com a analise morfologica classica e a imu
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