
ENTRE RELIGIÃO E POLÍTICA: DIVERGÊNCIAS NA RECEPÇÃO OCIDENTAL DE MIKHAIL BAKHTIN
2014; UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ; Volume: 3; Issue: 1 Linguagem: Português
10.5380/rt.v3i1.37703
ISSN2317-3688
AutoresDaniel Jaccoud Ribeiro de Souza,
Tópico(s)Literature, Culture, and Criticism
ResumoA leitura do russo Mikhail Bakhtin, nos países ocidentais, está atravessada pela diversidade em focos institucionais, marcados fundamentalmente por uma visão religiosa, de um lado, e por uma visão política, de outro. Dentre diversos estudiosos mundiais desse pensador, observa-se que a primeira visão encontrou guarida especialmente nos Estados Unidos da América, enquanto a segunda vem sendo defendida no Brasil. Tal diversidade está ligada à sua larga produção teórica sobre diferentes temas do conhecimento humano, dentre os quais tradicionalmente destacam-se suas contribuições à crítica literária, à linguística e à filosofia da linguagem. Analisando-se especificamente as diferenças de sua leitura entre os Estados Unidos e o Brasil, nota-se que a produção acadêmica sobre sua teoria começou a desenvolverse com profundidade na década de 1980. A pesquisa mostrou que, na interpretação estadunidense vinculada à Yale University, Bakhtin é visto como um pensador cristão, que a despeito dos expurgos e da censura soviética, logrou traduzir em termos de uma filosofia da linguagem seu pensamento teológico pautado em uma visão não institucional do cristianismo ortodoxo oriental; enquanto no âmbito brasileiro da Universidade Federal do Paraná nota-se um Bakhtin fundamentalmente materialista, cujos conceitos partem das análises dialéticas. O objetivo deste estudo consistiu, portanto, na discussão acerca da recepção institucional das teorias de Mikhail Bakhtin no Ocidente.
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