Médicos e mezinheiros na Corte Imperial: uma herança colonial
2001; Fundação Oswaldo Cruz, Casa de Oswaldo Cruz; Volume: 8; Issue: 2 Linguagem: Português
10.1590/s0104-59702001000300006
ISSN1678-4758
AutoresMelina Silverio Gutierrez Soares,
Tópico(s)History of Medicine and Tropical Health
ResumoEste artigo tem por objetivo analisar as representações e práticas populares em relação à doença e à cura na cidade do Rio de Janeiro no século XIX. A partir dos relatos de viajantes, procura-se enfatizar que tanto a doença quanto a cura possuíam significados específicos que conduziam os segmentos populares a buscar seus próprios caminhos para a preservação ou restabelecimento da saúde, independentemente da ausência ou presença de médicos. Dessa forma, a partir da constatação da enorme popularidade das mezinhas domésticas e da fé no adjutório espiritual, em contraposição aos esforços da medicina acadêmica para reservar para si o 'monopólio da competência' da arte de curar, procura-se reavaliar o pressuposto consagrado pela historiografia de que o pequeno número de médicos que atuava no Brasil oitocentista configurava-se em um problema vivenciado indistintamente por todos os segmentos sociais.
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