Artigo Acesso aberto Produção Nacional

Aconselhamento pré-viagem aos voluntários com destino ao Haiti. Relato da experiência do Ambulatório dos Viajantes do Hospital das Clínicas da FMUSP

2014; UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO; Volume: 93; Issue: 2 Linguagem: Português

10.11606/issn.1679-9836.v93i2p90-93

ISSN

1679-9836

Autores

Karina Takesaki Miyaji, Tânia do Socorro Souza Chaves, Amanda Nazareth Lara, André Machado Luiz, Ana Marli Christovan Sartori, Marta Heloísa Lopes,

Tópico(s)

Vibrio bacteria research studies

Resumo

INTRODUÇÃO: Desastres naturais representam ameaça à vida e às condições mínimas de sobrevivência de milhares de pessoas. Em 12 de janeiro de 2010 o Haiti foi assolado por um dos mais devastadores terremotos da história do país. Equipes de resgate do mundo inteiro chegaram ao país para ajuda humanitária. O Ambulatório dos Viajantes, da Divisão de Clínica de Moléstias Infecciosas e Parasitárias da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP) fez a orientação pré-viagem dos voluntários que foram encaminhados ao serviço. OBJETIVO: Enfatizar a importância da medicina de viagem em emergência de saúde pública e descrever a orientação pré-viagem fornecida aos viajantes. MATERIAL E MÉTODOS: Estudo descritivo de relato da experiência do Ambulatório dos Viajantes da Divisão de Clínica de Moléstias Infecciosas e Parasitárias da FMUSP, na orientação pré-viagem de viajantes com destino ao Haiti. Toda a equipe profissional do ambulatório foi informada da situação e uma estratégia foi criada para atender a demanda sem comprometer a rotina. Orientação sobre os riscos de adoecimento através de água e alimentos, vetores, poluição do ar, animais peçonhentos, choque elétricos foram discutidos além da informação sobre os aspectos geográficos, históricos, políticos e econômicos. RESULTADOS: Foram atendidos 98 viajantes. A média da idade foi 38,9 (23 a 66) anos e 79,6% eram do sexo masculino. Entre as ocupações referidas pelos viajantes atendidos foi possível observar: profissionais de saúde e bombeiros (52%), técnicos de telefonia (17,3%), policiais e militares (16,3%) e outros profissionais (14,2%). Vacinas indicadas e realizadas no serviço: febre tifóide (92%), hepatite A (87%), febre amarela (46%), tétano e difteria (dT) (36%), sarampo, caxumba e rubéola (28%), poliomielite (19%), vacina antimeningocócica conjugada C (6%), influenza e raiva. Todas as medidas de prevenção para a malária foram recomendadas. Cloroquina foi a droga de escolha para a quimioprofilaxia da malária, e a ciprofloxacina para diarreia do viajante. Conclusão: A MV se faz presente a cada dia entre nós e ultrapassa barreiras em situações de emergências em saúde pública, como no caso de desastres naturais.

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