
Características clínico-epidemológicas do carcinoma epidermóide de cavidade oral no sexo feminino
2001; Brazilian Medical Association; Volume: 47; Issue: 3 Linguagem: Português
10.1590/s0104-42302001000300032
ISSN1806-9282
AutoresMarcos Brasilino de Carvalho, Jacopo Lenzi, Carlos Neutzling Lehn, Antonio Fava, Ali Amar, Jossi Ledo Kanda, Fabienne Walder, Marcelo Benedito Menezes, Sérgio Altino Franzi, Marcos Ribeiro Magalhães, Otávio Alberto Curioni, Ricco Marcel, S. Szeliga, Jozias de Andrade Sobrinho, Abrão Rapoport,
Tópico(s)Head and Neck Cancer Studies
ResumoOBJETIVO: Este trabalho tem como objetivo identificar as principais diferenças clínico-epidemiológicas do carcinoma epidermóide de cavidade oral no sexo feminino quando comparado ao sexo masculino. MÉTODOS: Foram estudados retrospectivamente os prontuários de 228 pacientes do sexo feminino portadoras de carcinoma epidermóide de cavidade oral, atendidos no Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Hospital Heliópolis, no período entre 1977 e 1996. As características clínico-epidemiológicas destas pacientes foram comparadas com aquelas de 849 pacientes do sexo masculino. RESULTADOS: A idade das pacientes das mulheres variou de 2 a 100 anos, com uma média de 60,7 anos. Nos homens encontramos idade entre 17 e 88 anos com uma média de 55,6 (p<0,00001). Quando o etilismo e o tabagismo estavam ausentes, a incidência do carcinoma epidermóide de boca ocorreu em uma faixa etária mais tardia. A presença do tabaco isoladamente não afetou a distribuição por faixa etária, enquanto que o álcool isoladamente ou em associação com o tabaco leva a uma incidência mais precoce do câncer de boca. Os dois principais sítios de incidência são a língua e o soalho. As mulheres têm uma menor incidência de lesões de língua e soalho (43%) quando comparado aos homens (61%). Aproximadamente 50% das mulheres eram estadio III e IV no momento do diagnóstico. Entre os homens este índice atinge 53%. CONCLUSÕES: O carcinoma epidermóide de cavidade oral nas mulheres tem características clínico-epidemiológicas peculiares que justificam o desenvolvimento de protocolos de diagnóstico e tratamento específico para ele.
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