
FATORES DE RISCO E MEDIDAS PREVENTIVAS PARA ÚLCERA DE PRESSÃO NO LESADO MEDULAR. EXPERIÊNCIA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM DO HCFMRP-USP
2002; UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO; Volume: 35; Issue: 1 Linguagem: Português
10.11606/issn.2176-7262.v35i1p14-23
ISSN2176-7262
AutoresPaula Cristina Nogueira, María Helena Larcher Caliri, C. Barros Santos,
Tópico(s)Injury Epidemiology and Prevention
ResumoAs úlceras de pressão (UP) são freqüentes no lesado medular, podendo trazer sérias complicações, como osteomielite, septicemia, amputações, e mesmo levar o paciente a óbito. Interferem na qualidade de vida do paciente e família, impedindo ou dificultando o acesso a programas de reabilitação. Assim, a prevenção e o tratamento no estágio inicial devem ser a meta da assistência que vise à qualidade. Este estudo teve como objetivo identificar as causas de UP em pacientes com traumatismos da medula espinhal atendidos em uma instituição hospitalar, e descrever as medidas identificadas como mais importantes para a prevenção do problema, segundo a opinião de enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem. Através de um inquérito, os dados foram coletados, utilizando-se um instrumento composto de 35 frases com descritores dos fatores de risco e 18 frases com descritores de medidas preventivas, construído a partir de dados da literatura e validado anteriormente. Foi solicitado aos 85 participantes que atribuíssem um valor de 01 a 07 quanto à importância de cada ítem, sendo calculada a média aritmética e o desvio padrão. A análise de estatística inferencial foi realizada através da análise de variância. Os resultados da análise descritiva e os testes de estatística inferencial evidenciaram que a equipe de enfermagem identificou, como importantes para a causalidade da UP, fatores de risco referentes tanto ao paciente quanto à estrutura institucional e ao processo de cuidar. Segundo a percepção da equipe, o paciente com traumatismos da medula espinhal apresenta diminuição ou perda da mobilidade e sensibilidade, tornando-se dependente de outra pessoa para mobilizar-se. A estrutura institucional e o processo de cuidar não atendem às necessidades do paciente, assim, não se faz a rigorosa mudança de decúbito como deveria ser feita, os colchões utilizados não são adequados, levando o paciente a uma permanência prolongada no leito, em uma só posição, o que causa excesso de pressão nas proeminências ósseas. Após a alta, o problema persiste, pois, segundo a percepção dos participantes da pesquisa, a família não tem conhecimento a respeito da prevenção e não presta cuidados adequados em casa. Quanto às medidas preventivas, houve diferença entre a percepção dos auxiliares/técnicos e a dos enfermeiros; estes últimos consideraram todos os descritores do questionário importantes para a prevenção, enquanto os auxiliares/técnicos não consideraram. Houve uma discrepância no que diz respeito aos fatores de risco, que os auxiliares/técnicos consideraram importantes e o que apontaram como intervenções para prevenir o problema.
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