
Perfil do doador de sangue autoexcluído no Hemocentro Regional de Uberaba-MG (HRU) no período de 1996 a 2006
2009; Elsevier BV; Volume: 31; Issue: 4 Linguagem: Português
10.1590/s1516-84842009005000054
ISSN1806-0870
AutoresPaulo Roberto Juliano Martins, Raquel Martins, Hélio Moraes‐Souza, Valdirene F. Barbosa, Gilberto de Araújo Pereira, José Martins Juliano Eustáquio, Guilherme Manso de Lima,
Tópico(s)Blood donation and transfusion practices
ResumoCandidatos a doação são submetidos a triagem clínica e sorológica para minimizar o risco de transmissão de doenças via transfusão. Uma de suas limitações é a janela imunológica, que possibilita a transfusão de sangue contaminado. O objetivo deste trabalho foi avaliar o índice de autoexclusão de acordo com idade, gênero, estado civil, cor e tipo de doação, as variações anuais de autoexcluídos e sua eficácia em evitar a transfusão de sangue contaminado. Os dados foram analisados através do teste qui-quadrado, odds ratio e regressão linear. De 1996 a 2006, o Hemocentro Regional de Uberaba (HRU) coletou 176.097 bolsas de sangue, das quais 2,72% foram desprezadas por autoexclusão, com significativo predomínio de homens, maiores de 29 anos, solteiros, não brancos e primeira doação (p<0,0001). Observou-se associação entre fidelização e autoexclusão, sugerindo que maior fidelização contribui para menor autoexclusão. A sorologia positiva para HIV1 (0,35%) e HIV2 (0,23%) foi significativamente maior nos autoexcluídos (p<0,0001), significância não observada para HCV (0,52%) (p=0,24). Nos não autoexcluídos, estes percentuais foram de 0,15%, 0,03% e 0,41%, respectivamente. A maior frequência de autoexclusão em homens maiores de 29 anos, solteiros e não brancos está de acordo, em parte, com o perfil do doador do HRU. O decréscimo de 1996 a 2001 é explicado por fatores comportamentais como criação do Centro de Testagem Anônima e maior fidelização dos doadores ao longo dos anos. A maior frequência de positividade nos autoexcluídos e três soroconversões em doações subsequentes reforçam a importância dessa ferramenta na diminuição do risco de janela imunológica.
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