
Pensamento crítico e movimentos sociais: diálogo para uma nova práxis
2006; Fundação Oswaldo Cruz, Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio; Volume: 4; Issue: 2 Linguagem: Português
10.1590/s1981-77462006000200016
ISSN1981-7746
Autores Tópico(s)Brazilian cultural history and politics
Resumodialogo para uma nova praxis, pode ser visto como uma luz na escuridao, pois possibilita uma viagem no tempo historico das lutas vivencia-das pelo povo latino-americano na conquista da liberdade e autonomia, em que a forca expres-siva encontra-se centrada na cultura dos povos indigenas e negros, que nao permitiram o domi-nio da alma. Ao contrario, fizeram pulsar neste continente o sangue da liberdade e da eman-cipacao contra o colonizador e o imperialismo, que teimam, sob diversas formas, aterrorizar a fim de homogeneizar e dominar uma populacao que ja nasceu livre.Reafirmando a necessidade de reflexao acerca das praticas politicas, sociais e culturais dos movimentos sociais na America Latina, o livro discute as formas de dominacao das poli-ticas neoliberais, situadas na sociedade do co -nhecimento, globalizada, todavia, sem perder de vista os fatores historicos que efetivaram as formas de segregacao do povo latino-americano e a desapropriacao dos seus saberes.Para a analise da tematica “paradigmas teo-ricos”, os autores buscaram estudos filosoficos e sociologicos a respeito da contribuicao das cien-cias sociais para pensar a realidade sociocultural, politica e economica dos povos da America La-tina. De forma que a obra apresenta discussoes sobre a contribuicao do marxismo, como teoria que apreende as contradicoes do capitalismo e constroi uma perspectiva socialista, como alter-nativa de sociedade.Nessa perspectiva, alguns elementos teori -cos do marxismo que foram relegados ao plano da caserna sao reavivados, diante das contradi-coes e confrontos postos pelas promessas nao cumpridas do iluminismo e do capitalismo, pois seria um dissenso desconsiderar a existencia da luta de classes no contexto da sociedade capita-lista pos-moderna e ignorar as artimanhas ideo-logicas de dominacao do capital.A leitura do texto transforma-se em um mergulho nas profundezas da esperanca, ao suscitar discussoes sobre conceitos e tematicas atuais, como conflito social, luta de classe, crise, cultura, trabalho, colonizacao, saberes, estado, emancipacao, cidadania, hegemonias, que fun-damentam as analises dos velhos e novos movi-mentos sociais, nas suas formas de organizacao e luta.Roberto Leher, ao fazer a apresentacao da obra em tela, a caracteriza como “aberta ao tem-po”, por situar-se no contexto do debate da cri-se estrutural do capitalismo, com o desafio de produzir conhecimento novo sobre as lutas em curso na America Latina. Conhecimento focado a favor dos que vivem do proprio trabalho, uma vez que as politicas de opressao, que produzem as mazelas do capitalismo, como a fome, doencas e violencia, nao deixaram de existir, urgindo a necessidade de continuar produzindo ideias que orientem e possibilitem a acao politica de ruptura com o neoliberalismo.Para Roberto Leher, os autores do livro acreditam na transformacao cultural, buscam resgatar a discussao acerca dos conflitos de clas-se e as lutas dos movimentos sociais, a partir das reflexoes sobre a dialetica dos movimentos reais, apontam referencias teoricas nao evolucionistas e nao economicistas e demonstram a possibilidade a classe trabalhadora produzir uma nova hegemonia, significando ir alem da relacao base/estrutura. Seguindo esta compreensao filosofica, os autores apontam a necessidade de um traba-lho politico de formacao com base na pedagogia libertaria, por acreditarem que esta concepcao, seja capaz de unir teoria e pratica, construir a reforma intelectual e moral em dialogo com a classe que vive do e para o trabalho.Dividida em quatro capitulos, a estru-tura logica da obra atenta para relacionar as discussoes teoricas as experiencias de luta existentes na America Latina, em que a ideia geradora, abordada pelos autores, e a de que os conflitos podem ensejar transformacoes positivas, capazes de levar a uma superacao da barbarie. No primeiro capitulo, intitulado “Conceitos na batalha das ideias”,
Referência(s)