
Neuroquímica da esquizofrenia: papel dos fosfolípides
2000; Associação Brasileira de Psiquiatria; Volume: 22; Issue: suppl 1 Linguagem: Português
10.1590/s1516-44462000000500003
ISSN1809-452X
Autores Tópico(s)Neuroscience and Neuropharmacology Research
ResumoNão se encontrou ainda uma alteração neuroquímica definitiva na esquizofrenia.Para a maioria de achados positivos descritos na literatura, encontram-se também estudos com resultados negativos.Em outra ocasião, já discutimos os potenciais aspectos metodológicas que vêm contribuindo para a inconsistência de resultados até o momento. 1 Alguns resultados experimentais mais consistentes foram resumidos recentemente 2 e incluem alterações de receptores dopaminérgicos (D2-like) nos gânglios da base, de receptores serotoninérgicos (5-HT1A e 5HT2) no córtex frontal, assim como alterações nos sistemas gabaérgicos e glutamatérgicos.Se a esquizofrenia for considerada uma síndrome resultante de um distúrbio na maturação do cérebro, é provável que parte das alterações neuroquímicas descritas sejam secundárias à alteração básica da plasticidade cerebral durante a infância e a adolescência.Isso implica dirigir a procura de fatores causais e primários dentre os processos biológicos que modulam a maturação cerebral.Nesse sentido, a evidência experimental acumulada na última década sugere que um distúrbio no metabolismo dos fosfolípides seja um candidato ao papel de fator primário na biologia da esquizofrenia. Metabolismo dos fosfolípides e função cerebralProcessos do metabolismo da membrana neuronal influenciam de forma decisiva a plasticidade e a função do cérebro.A camada dupla de fosfolipídeos que compõe a membrana neuronal determina as suas propriedades físico-químicas.Assim, a estrutura da membrana determina a sua fluidez, influencia o número e a afinidade dos receptores nela ligados, e modula os processos de transdução de sinais.Os fosfolípides são os principais componentes da membrana neuronal.Eles servem também como substrato para a síntese de mediadores intra e extracelulares, aumentando, assim, sua relevância para a neurotransmissão.
Referência(s)