
Capital espiritual e as relações econômicas: empreendedorismo em organizações religiosas
2010; Fundação Getulio Vargas, Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas; Volume: 8; Issue: 3 Linguagem: Português
10.1590/s1679-39512010000300012
ISSN1679-3951
AutoresMaurício C. Serafim, Carolina Andion,
Tópico(s)Taxation and Compliance Studies
ResumoEste artigo busca evidenciar como as organizações religiosas podem ser geradoras de capital social, na medida em que estabelecem relações sociais que beneficiam a ação de seus membros-empreendedores. Neste sentido, a participação nesses espaços pode ser interpretada como uma nova fonte de capital social ou, mais especificamente, de capital espiritual. A hipótese central é de que importantes recursos geradores de capital social (COLEMAN, 1988) - tais como obrigações e expectativas, canais de informação, normas ou sanções, fortalecimento de laços sociais e organização social -podem ser acionados pela prática religiosa. Para explorar essa hipótese, a estratégia de pesquisa adotada foi o estudo de caso qualitativo e comparativo de duas organizações religiosas brasileiras: uma evangélica (Igreja Renascer em Cristo) e outra católica (Movimento dos Focolares). Os dados foram coletados por meio de observação, entrevistas e pesquisa documental. Constatamos que, de modo geral, as estruturas religiosas das organizações investigadas formam um tipo especial de capital social, denominado capital espiritual (porque de origem religiosa) - por meio de "fechamento" de redes sociais, organização social apropriada, obrigações e normas, canais de informações, estruturas de plausibilidade e redes religiosas de ajuda mútua. Evidenciamos características específicas do capital espiritual que não são suficientemente abordadas pelas teorias do capital social, como a formulada por Coleman. Por fim, identificamos diferenças e semelhanças de formação de capital espiritual nas organizações religiosas investigadas, tendo como foco o comportamento do empreendedor-membro.
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