Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Brincadeiras de faz-de-conta em crianças autistas: limites e possibilidades numa perspectiva evolucionista

2009; UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE; Volume: 14; Issue: 3 Linguagem: Português

10.1590/s1413-294x2009000300007

ISSN

1678-4669

Autores

Carla Silva Fiaes, Ilka Dias Bichara,

Tópico(s)

Behavioral and Psychological Studies

Resumo

A constatação da presença universal da brincadeira na infância sugere que tal comportamento deva ter grande valor adaptativo para a espécie. Apesar de universal, a brincadeira sofre interferência do estado desenvolvimental do indivíduo. Crianças com autismo, por exemplo, apresentam dificuldades no brincar, o que nos leva a questionamentos sobre a natureza da sua brincadeira simbólica, se todo faz-de-conta necessariamente inclui teoria da mente e porque um fenômeno considerado universal surge de modo tão atípico no autismo. O artigo discute essas questões à luz da psicologia evolucionista, ilustrando relatos de brincadeiras espontâneas de crianças autistas coletados em instituições educacionais na cidade de Salvador (BA). Os resultados sugerem que os episódios de faz-de-conta envolvem freqüentemente a presença de objetos como apoio para o desenvolvimento da brincadeira. Tal fato está em acordo com a descrição de alguns autores sobre o desenvolvimento do faz-de-conta, com seu início mais sustentado por objetos e independente de metarepresentação.

Referência(s)