Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Utilização medicinal da secreção (“vacina-do-sapo”) do anfíbio kambô (Phyllomedusa bicolor) (Anura: Hylidae) por população não-indígena em Espigão do Oeste, Rondônia, Brasil

2011; UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA; Volume: 22; Issue: 3 Linguagem: Português

10.5007/2175-7925.2009v22n3p213

ISSN

2175-7925

Autores

Paulo Sérgio Bernarde, Rosimeyri Aparecida Santos,

Tópico(s)

Animal and Plant Science Education

Resumo

Anfíbios apresentam substâncias farmacologicamente ativas em sua pele com funções de proteção contra infecções de microorganismos e predadores. Algumas tribos indígenas no Sudoeste da Amazônia utilizam a secreção de Phyllomedusa bicolor para fins medicinais. Apesar de existirem relatos sobre a utilização dessa secreção em comunidades indígenas, praticamente nada existe em literatura sobre a prática em populações não indígenas. O presente estudo tem como objetivo relatar a utilização da “vacina-do-sapo” por populações não-indígenas em Espigão do Oeste (Rondônia). Foram entrevistadas 31 pessoas que receberam aplicações dessa vacina. A utilização da “vacina-do-sapo” em Espigão do Oeste não se trata de um hábito tradicional da região, sendo que o aplicador veio de outra parte da Amazônia. Em geral, as pessoas que utilizaram a vacina são de classe média a alta e apresentam algum nível de escolaridade (ensino fundamental, médio ou superior). Cerca de metade dos entrevistados acharam que as aplicações ajudaram no problema de saúde que as levaram a receber a vacina ou sentiram melhor disposição após o tratamento e fariam novamente as aplicações. A maioria das pessoas não conhece a espécie P. bicolor, da qual são retiradas as secreções para elaboração da vacina. Embora várias pessoas tenham procurado o tratamento achando que a vacina servia para tudo, suas propriedades medicinais ainda se encontram em estudo.

Referência(s)