Artigo Acesso aberto Produção Nacional

Sepse tardia em pré-termos de uma unidade de terapia intensiva neonatal: análise de três anos

2012; Associação de Medicina Intensiva Brasileira; Volume: 24; Issue: 1 Linguagem: Português

10.1590/s0103-507x2012000100012

ISSN

1982-4335

Autores

Brunnella Alcântara Chagas de Freitas, Mirene Peloso, Lilyane Damasceno Manella, Sylvia do Carmo Castro Franceschini, Giana Zarbato Longo, Andréia Patrícia Gomes, Rodrigo Siqueira‐Batista,

Tópico(s)

Global Maternal and Child Health

Resumo

OBJETIVO: Avaliar a prevalência, os fatores e os agentes etiológicos associados à sepse neonatal tardia em pré-termos de uma unidade de terapia intensiva neonatal. MÉTODOS: Estudo transversal, de dados secundários de prontuários de pré-termos admitidos em uma unidade de terapia intensiva neonatal, no triênio 2008-2010. Caracterizou-se a variável desfecho sepse neonatal tardia pelos critérios da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Empregaram-se os testes do Qui-quadrado de Pearson, exato de Fisher ou Qui-quadrado de tendência linear para as variáveis qualitativas. Considerou-se significante p<0,05. Realizaram-se análises bivariadas e multivariadas entre as variáveis independentes e a dependente, obtendo-se como medida de efeito as razões de prevalências, considerando-se p<0,20. RESULTADOS: Participaram do estudo 267 prematuros. Destes, 28,5% evoluíram com sepse tardia, com positividade de hemocultura em 17,1%. Evoluíram a óbito 8,2% dos pré-termos e, destes, 68,2% eram do grupo sepse. Associaram-se à hemocultura positiva três óbitos, todos com a participação de Gram-negativos. Na análise bivariada para o desfecho sepse tardia observou-se que, à medida que decresceram a idade gestacional e o peso ao nascer, houve aumento de sua prevalência. A duração de ventilação mecânica e de cateter central de inserção periférica por períodos iguais ou superiores respectivamente a 10 e 11 dias se associaram ao desfecho sepse neonatal tardia em 80,8% e 76,2% dos pré-termos. Na análise multivariada, permaneceu como fator associado à sepse tardia o tempo de cateter central de inserção periférica igual ou superior a 11 dias. Houve maior participação dos Gram-negativos como agentes etiológicos, sendo mais frequentes a Klebsiella pneumoniae e a Escherichia coli. CONCLUSÕES: A sepse tardia mantém-se uma preocupação por sua prevalência nas unidades de terapia intensiva e pela associação a procedimentos invasivos a que são submetidos os pré-termos. Ressaltam-se a tendência à emergência dos Gram-negativos na participação da sepse neonatal tardia e a necessidade de melhores e mais eficientes métodos para identificar os quadros de sepse comprovada.

Referência(s)