
Migração de orógenos e superposição de orogêneses: um esboço da colagem brasiliana no Sul do Cráton do São Francisco, SE - Brasil
2004; UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO; Volume: 4; Issue: 1 Linguagem: Português
10.5327/s1519-874x2004000100002
ISSN2316-9095
AutoresMário da Costa Campos Neto, Miguel Ângelo Stipp Basei, Sílvio Roberto Farias Vlach, Renaud Caby, Gergely Andrés Julio Szabó, Paulo Vasconcelos,
Tópico(s)Paleontology and Stratigraphy of Fossils
ResumoO Orógeno Tocantins Meridional representa a pilha colisional de nappes entre três ambientes tectônicos principais (de WSW para ENE): domínio de arco magmático desenvolvido na margem continental ativa da Placa Paranapanema (Nappe Socorro-Guaxupé), domínio continental subductado (Terreno Andrelândia) e domínios com afinidades de margem passiva e/ou relacionados à Placa Sanfranciscana (Sistema de Nappes Carrancas e Nappe Lima Duarte). O magmatismo relacionado ao período de subducção remonta a 670 Ma, com auge metamórfico (geoterma relaxada na margem ativa e perturbada no terreno subductado) há 625 Ma. A atividade de arco na margem ativa foi contemporânea à sedimentação tipo-flysch no Terreno Andrelândia. Os processos metamórficos e deformacionais da etapa orogênica controlada por colisão frontal migraram para ENE de ca. 620 a 580 Ma. A duração dos processos foi"instantânea" na nappe interna ocidental (ca. 7 Ma, com plutonismo pós-orogênico há 612 Ma) e perdurou por ca. de 20 Ma na nappe oriental de alta pressão. O terreno subductado registrou rápida velocidade de exumação (ca. 2,2 mm/ano). Atividades magmáticas superimpostas, controladas por regimes extensionais (Cinturão Itu) acompanharam a exumação do orógeno e precederam a instalação de bacias sucessoras continental-marinhas há 570 Ma. O Orógeno Araçuaí, relacionado à convergência entre a margem passiva oriental Sanfranciscana e o Terreno Juiz de Fora (microplaca em ambiente de margem ativa) registrou o auge metamórfico colisional no domínio interno há 563 Ma. A migração das nappes Araçuaí contra o domínio cratônico, com o pico térmico metamórfico há 530 Ma, reflete a superposição de eventos colisionais múltiplos no Sistema Orogênico Mantiqueira. O embasamento da borda cratônica foi regenerado no Cambriano e engajado ductilmente no orógeno. Cavalga o domínio de foreland, no Quadrilátero Ferrífero, caracterizado por sistema thin-skinned de cavalgamento segmentado por domos do embasamento e calhas sinformais das supra-crustais. A colisão oblíqua entre o Sistema Orogênico Mantiqueira e o protocontinente consolidado pelo Orógeno Tocantins Meridional foi responsável pelo metamorfismo facies xisto-verde baixo das bacias sucessoras e migrou para norte, de 555 a 500 Ma. A colagem orogênica brasiliana, no sul do Cráton do São Francisco, representou a interação entre etapas orogênicas curtas em um longo processo de convergência, consumo de placas e migração de orógenos até o limite Cambro-Ordoviciano. O último evento metamórfico pré-colagem no embasamento cratônico ocorreu entre 2,03 - 2,06 Ga provavelmente sob regime extensional.
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