Artigo Acesso aberto Revisado por pares

A desforra de Hume

2000; National Association of Post-Graduate Research in Social Sciences; Volume: 15; Issue: 42 Linguagem: Português

10.1590/s0102-69092000000100002

ISSN

1806-9053

Autores

Renán Springer de Freitas,

Tópico(s)

Social and Economic Solidarity

Resumo

Alexandre Koyré denominou a revolução científica do século XVII "a desforra de Platão". O autor sugere que o século XX assistiu a uma desforra bem menos espetacular, a do naturalismo de David Hume. Refere-se, com este termo, à tese de que qualquer projeto epistemológico concebível está, de saída, fadado ao fracasso uma vez que não há nada a ser dito a respeito do conhecimento a não ser aquilo que possa vir a resultar de uma investigação sobre as origens das crenças das pessoas. Neste século, esta tese encontrou eco nos pensamentos de Dewey e de Wittgenstein, e culminou na "sociologia forte do conhecimento" de David Bloor, no pragmatismo wittgensteiniano de Richard Rorty e na "antropologia simétrica" de Bruno Latour. O autor argumenta que estas diferentes versões do naturalismo humiano repousam sobre uma concepção pré-darwiniana do conhecimento, a qual deveria ser substituída por uma visão genuinamente darwiniana.

Referência(s)