Editorial Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Telemedicine: a technological revolution

2012; Medical Association of São Paulo; Volume: 130; Issue: 5 Linguagem: Português

10.1590/s1516-31802012000500001

ISSN

1806-9460

Autores

Alessandro Wasum Mariani, Paulo Manuel Pêgo‐Fernandes,

Tópico(s)

Telemedicine and Telehealth Implementation

Resumo

Instituto do Coracao (InCor), Hospital das Clinicas (HC), Faculdade de Medicina da Universidade de Sao Paulo (FMUSP) Telemedicina ou telessaude representam termos que englobam o uso da tecnologia de comunicacao para fins de atencao a saude, seja na disseminacao do conhecimento, seja no atendimento ao paciente, na consultoria remota por um especialista etc. Com aproximadamente 40 anos de evolucao esse segmento da medicina, ja nao tao novo assim, ainda e recebido com desconfianca por muitos profissionais. Todavia, seu crescimento e inequivoco e sustentado. Iniciativas e programas baseados em telemedicina sao cada vez mais presentes na pratica moderna da medicina. Os Estados Unidos representam nao somente o berco da telemedicina, mas tambem o pais onde sua pratica esta firmemente consolidada. Alguns exemplos de sua aplicacao na medicina norte-americana incluem: monitorizacao remota de sinais vitais; transmissao de imagens para interpretacao e confeccao de laudos de exames radiologicos, anatomopatologicos, cardiologicos, entre outros; consultas de pacientes via teleconferencia; educacao medica continuada, portais de informacao voltados ao paciente; aplicativos para dispositivos sem fio com informacoes medicas de consulta rapida; assessoria a distância por medico especialista ao medico generalista em contato com o paciente; coleta de dados para pesquisa clinica; entre muitas outras. A American Telemedicine Association e uma associacao sem fins lucrativos, fundada em 1993, que visa o desenvolvimento e a organizacao da telemedicina em territorio norte-americano, e aponta os seguintes beneficios:1 1. A facilidade de acesso: o uso da telemedicina permite que informacoes medicas de alto valor possam chegar e sair, mesmo de areas remotas, sem a necessidade de deslocamento do paciente ou da equipe profissional; 2. Reducao de custos: alem da reducao da necessidade de deslocamento e da reducao do tempo do internacao intra-hospitalar, a maior eficiencia atingida no tratamento ocasiona melhor emprego dos recursos com menor desperdicio; 3. Maior comodidade ao paciente: a reducao da necessidade de deslocamento e a pronta reacao da equipe medica ao aparecimento de alguma alteracao geram maior satisfacao ao paciente e seus familiares. Uma boa perspectiva do crescimento dessa area pode ser observada pela busca dos termos telemedicine e telehealth na base de dados PubMed, que retorna com 14.748 itens, sendo o primeiro datado de 1974. Nota-se que o numero de publicacoes anuais com o tema permaneceu baixo ate a decada de 90, quando essa taxa disparou de poucos para centenas de trabalhos. Essa tendencia de aumento permaneceu nos anos 2000, atingindo pico em 2011, totalizando 1.224 publicacoes indexadas. Varios estudos comprovam os bons resultados do emprego da telemedicina em suas diversas vertentes. Weaver e Murdock, em 2012, demonstraram o valor da telemedicina para a triagem primaria de retinopatia associada a prematuridade. Em um trabalho avaliando um total de 582 exames, todos realizados de forma remota numa populacao de 137 neonatos prematuros, os autores encontraram diagnostico de retinopatia em 13 infantes.2 Um sistema de telemedicina ligada a telefone movel para monitorar arritmias cardiacas foi utilizado por Kirtava e cols. sendo publicado em 2012. Os autores estudaram 35 pacientes com arritmias e 7 voluntarios saudaveis por meio de um dispositivo de telecardiologia, que se mostrou eficiente por diagnosticar alteracoes do ritmo cardiaco, nao so em 3 pacientes, mas tambem surpreendendo com o diagnostico de arritmia em 1 dos voluntarios saudaveis. Esse estudo serviu para demonstrar a viabilidade e a eficiencia da telemedicina na monitorizacao e diagnostico precoce de arritmias em pacientes ambulatoriais.3 Dentre diversos trabalhos estudando a eficacia do emprego da tele-educacao em medicina, Pereira e cols. publicaram recentemente uma experiencia nacional bem sucedida. Os autores estudaram o programa de teleconferencias do Hospital das Clinicas da Universidade Estadual de Campinas com outras instituicoes, nacionais e estrangeiras, no periodo entre setembro de 2009 e agosto de 2010. A avaliacao demonstrou que a telemedicina foi ferramenta valiosa para a educacao, pois promoveu o intercâmbio de conhecimentos, a troca de experiencias, discussoes e desenvolvimento de pesquisas na area.4 A proposito, no Brasil a telemedicina desenvolveu-se fortemente vinculada a educacao medica a distância, sendo utilizada por muitos autores como um sinonimo para tele-educacao em medicina. Diversas universidades brasileiras ja possuem grupos dedicados a telemedicina vinculados a informatica em saude. Estas iniciativas sao fundamentais para o desenvolvimento

Referência(s)