
Entre Aldeia Kaingang ou Parque Natural: o processo de configuração de um conflito socioambiental na disputa pelo Morro do Osso, Porto Alegre, RS
2012; UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ; Volume: 26; Linguagem: Português
10.5380/dma.v26i0.25457
ISSN2176-9109
AutoresGuilherme Führ, Cleyton Gerhardt, Rumi Regina Kubo,
Tópico(s)Urban Development and Societal Issues
ResumoO presente artigo tem como foco os conflitos socioambientais em torno das lógicas de ocupação do Morro do Osso – Porto Alegre, Brasil. As disputas envolvendo tipos diferenciados de apropriação, uso e significação dessa área têm motivado a atuação de instituições, organizações e agentes sociais bastante heterogêneos. A partir do final da década de 1970, ambientalistas preocupados com o avanço da urbanização se articularam com vistas a garantir a preservação do Morro, processo que culminou com a criação do Parque Natural Morro do Osso. Dez anos mais tarde, em 2004, indígenas Kaingang passaram a reivindicar a demarcação de uma Terra Indígena no Morro do Osso em área que se sobrepõe ao Parque. Assim, duas territorialidades emergiram e passaram a polarizar os conflitos: de um lado, os que defendem a manutenção da institucionalização do Parque Natural Morro do Osso, e, de outro, esforços pelo reconhecimento e demarcação da Aldeia Kaingang Topë pën. Portanto, são justamente as tensões e implicações resultantes dessa polarização que trataremos aqui, de modo a trazer à tona parte dos embates discursivos e os desdobramentos desta disputa territorial que, até o presente momento, como veremos, vem se demonstrando adialógica e sem perspectivas de conciliação entre as partes envolvidas no litígio, seguindo uma lógica de “perdedores e vencedores” para o desfecho da disputa.
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