
Pesquisa de anticorpos contra o sarampo em crianças infectadas pelo HIV, após a imunização básica
2001; Elsevier BV; Volume: 77; Issue: 6 Linguagem: Português
10.1590/s0021-75572001000600013
ISSN1678-4782
AutoresCláudia Regina Lindgren Alves, Lincoln Marcelo Silveira Freire, Rodrigo Corrêa‐Oliveira, Henrique L. Guerra, E. E. Da-Silva, Marilda Mendonça Siqueira, Isabela Morgan Horta, Claudia Carvalho Queiroz,
Tópico(s)Immune responses and vaccinations
ResumoOBJETIVO: verificar a presença de anticorpos contra o sarampo em crianças com infecção perinatal pelo HIV e devidamente imunizadas. MÉTODOS: estudo de coorte retrospectivo realizado em Belo Horizonte, entre 1995 e 1996. Foram incluídas 21 crianças com infecção perinatal pelo HIV e 29 crianças imunocompetentes não-infectadas. Informações acerca da vacina contra o sarampo foram obtidas do cartão de imunizações dos pacientes. A pesquisa de anticorpos contra o sarampo foi realizada pelos testes de neutralização por redução de placa e dosagem de IgM pela técnica de ELISA. Adotou-se nível de significância de 5% em todas as análises estatísticas realizadas. RESULTADOS: a mediana de idade dos pacientes infectados pelo HIV foi de 44,5 meses, e das crianças não-infectadas, de 62,0 meses (P=0,64).Os grupos receberam em média 2 doses da vacina contra o sarampo. Todos os pacientes soronegativos para o HIV apresentaram títulos de anticorpos contra o sarampo superiores a 50 mUI/ml, enquanto 57,1% das crianças infectadas apresentaram títulos acima deste valor (P=0,0001). O título geométrico médio de anticorpos neutralizantes foi significativamente menor no grupo de crianças com infecção pelo HIV (433,5 mUI/ml) do que no grupo de não-infectados(1668,1 mUI/ml), P=0,001. Todos os pacientes dos dois grupos foram negativos para a pesquisa de IgM contra o sarampo. CONCLUSÃO: as crianças infectadas pelo HIV apresentaram menor soroprevalência de anticorpos contra o sarampo após a imunização do que as crianças não-infectadas. Esses resultados alertam para o risco potencial de aquisição do vírus do sarampo, e apontam a necessidade de avaliar alternativas para a imunização das crianças infectadas pelo HIV, no sentido de maximizar a proteção contra o sarampo nesse grupo de pacientes.
Referência(s)