Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Estado nutricional e insegurança alimentar de adolescentes e adultos em duas localidades de baixo índice de desenvolvimento humano

2009; PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS; Volume: 22; Issue: 4 Linguagem: Português

10.1590/s1415-52732009000400002

ISSN

1678-9865

Autores

Juliana Souza Oliveira, Pedro Israel Cabral de Lira, Ida Cristina Leite Veras, Sandra Regina Maia, Maria da Conceição Chaves de Lemos, Sônia Lúcia Lucena Sousa de Andrade, Maurício José Viana, Fernanda Cristina de Lima Pinto, Vanessa Sá Leal, Malaquias Batista Filho,

Tópico(s)

Obesity, Physical Activity, Diet

Resumo

OBJETIVO: Descrever a situação da (in)segurança alimentar e sua relação com o estado nutricional de adolescentes e adultos em duas localidades, Gameleira, zona da mata de Pernambuco e São João do Tigre, zona semi-árida da Paraíba, ambas caracterizadas pelo baixo índice de desenvolvimento humano. MÉTODOS: Estudo transversal, com 501 famílias em Gameleira (PE) e 458 famílias, em São João do Tigre (PB), com 1 528 e 1 163 adolescentes e adultos, respectivamente. A (in)segurança alimentar foi determinada pelo questionário de Cornell (Estados Unidos da América), ajustado para realidade nacional (Escala Brasileira de Insegurança Alimentar), enquanto o estado nutricional foi estabelecido pelo Índice de Massa Corporal. RESULTADOS: A insegurança alimentar foi caracterizada em quase 90,0% das famílias dos dois municípios, predominando as condições de insegurança moderada (40,2%) em São João do Tigre (PB) e grave (36,9%) em Gameleira (PE). Nas duas localidades, a insegurança alimentar prevaleceu nas famílias com adolescentes. O baixo peso para altura (proxi de desnutrição) apresentou proporções muito baixas em todos os grupos etários, enquanto a condição sobrepeso/obesidade prevaleceu entre os adultos, chegando a alcançar 58,6% das observações (>40 anos, em São João do Tigre). Não foi encontrada associação estatística entre a insegurança alimentar e suas formas moderada e grave e a desnutrição. CONCLUSÃO: A escala brasileira de avaliação da (in)segurança alimentar se comporta mais como um indicador psicossocial de vulnerabilidade, não apresentando a esperada consistência com a proporção da desnutrição de adolescentes e adultos identificada por este estudo, sob o aspecto antropométrico, mesmo em populações de pobreza praticamente generalizada.

Referência(s)