
Palatalização das plosivas alveolares em Flores da Cunha (RS): variação linguìstica e práticas sociais
2012; UNIVERSIDADE EST.PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO; Volume: 56; Issue: 3 Linguagem: Português
10.1590/s1981-57942012000300016
ISSN1981-5794
AutoresElisa Battisti, Adalberto Ayjara Dornelles Filho,
Tópico(s)Syntax, Semantics, Linguistic Variation
ResumoA palatalização variável das plosivas alveolares no português brasileiro falado em Flores da Cunha é moderada, o que contribui para caracterizar o falar local. A análise de regra variável (LABOV, 1972, 1994, 2001) de dados de 48 entrevistas sociolinguísticas de Flores da Cunha do BDSer revela uma proporção total de aplicação de 29%. Os condicionamentos são tanto linguísticos quanto sociais e a palatalização progride na comunidade: jovens, vogal alta fonológica, habitantes de zona urbana e consoante-alvo desvozeada favorecem a palatalização. Na análise da variação como prática social (ECKERT, 2000), o estudo da rede social dos informantes mostra que a alta densidade da rede, nucleada por informantes de grupos etários mais velhos, refreia a palatalização. O estudo etnográfico revela que os habitantes de Flores da Cunha, em especial os jovens, realizam práticas sociais inovadoras ao lado de práticas tradicionais, introduzindo a palatalização na comunidade. O emprego das formas palatalizadas é valorado como não local e é relativamente prestigiado.
Referência(s)