Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Princípios gerais do emprego de psicofármacos

2000; Associação Brasileira de Psiquiatria; Volume: 22; Issue: suppl 2 Linguagem: Português

10.1590/s1516-44462000000600011

ISSN

1809-452X

Autores

Heloisa Helena Alves Brasil,

Tópico(s)

Attention Deficit Hyperactivity Disorder

Resumo

A indicacao de psicofarmacos para o tratamento de problemasde sa ude mental em crian cas e adolescentes traz preocupa cao mastambem esperan cas. Preocupa cao pelo risco dessas indica coes ten-derem a banalizar o uso como solucao imediata e nao como umrecurso possivel a partir da avaliacao risco-beneficio. Esperancapela possibilidade de novas drogas ajudarem a diminuir gravesprejuizos que os transtornos mentais acarretam as criancas e aosadolescentes a curto e a longo prazo. Porem, qualquer propostaterapeutica e antecedida por um processo diagn ostico e, mais queno adulto, na crianca esse processo diagnostico e determinantepara garantir uma boa orienta cao terapeutica. No presente artigoserao apresentadas questoes referentes ao processo diagnosti-co em psiquiatria da inf ância e da adolesc encia e os princ ipiosgerais do emprego de psicofarmacos nessa faixa etaria.Processo diagnosticoDenominar de “processo diagn ostico” as entrevistas com paise com a crianca/adolescente no campo da saude mental temsua razao de ser. A investigacao clinica da crianca tem suasparticularidades. Nela, o psiquiatra precisa levar em conta va-riaveis na maioria das vezes determinantes para se chegar auma formulacao diagnostica.Frente as queixas dos pais, e necessario discernir o que elesapresentam como motivo da consulta e o que realmente ocorrecom a crianca. E preciso ir muito alem da queixa dos pais e dahistoria da crianca contada por eles. Nem sempre o motivo daconsulta e os dados de anamnese s ao coerentes entre si e com osobtidos no encontro com a crianca ou adolescente. O relato dospais e da crianca podem revelar questoes parentais ou do grupofamiliar, subjacentes, e cabe ao psiquiatra desvenda-las ao lon-go do processo diagn ostico. O motivo da consulta pode ser cons-tituido de queixas secund arias e encontrar-se deslocado do pro-blema principal. Nesse caso, ao problema principal d a-se o nomede queixa latente, e e tarefa do psiquiatra identific a-la e torna-laconsciente aos pais. A queixa latente pode estar relacionada coma propria crianca, com um dos pais, com o casal ou com todo ogrupo familiar.

Referência(s)