Artigo Acesso aberto Revisado por pares

Linhagens arturianas na Península Ibérica: o tempo das origens

2011; Civilisations et Littératures d’Espagne et d’Amérique du Moyen Âge aux Lumières (CLEA) - Paris Sorbonne; Issue: 11 Linguagem: Português

10.4000/e-spania.20317

ISSN

1951-6169

Autores

Ana Sofia Laranjinha,

Tópico(s)

Historical Education and Society

Resumo

No ciclo arturiano em prosa, representado em Portugal por vestígios importantes, embora fragmentários, todos eles pertencentes ao ciclo do Pseudo-Boron, a linhagem assume uma importante função legitimadora. Entre os romances que constituem o ciclo, a Estória do Santo Graal e o Tristão em Prosa na sua parte inicial (a chamada pré-história tristaniana) remontam à origem, por um lado, das linhagens marcadas pelo carisma divino que desembocarão no herói do Graal, e por outro, da genealogia maldita de Tristão e do rei Marc, que anunciam o destino trágico dos amantes da Cornualha. Na Estória do Santo Graal, das três linhagens escolhidas, duas são herdadas de obras anteriores e passam para segundo plano face à que se inicia com o primeiro cavaleiro cristão, a linhagem cavaleiresca por excelência e a única rigorosamente agnática. Na pré-história tristaniana, pelo contrário, as aventuras dos antepassados de Tristão inauguram uma espécie de anti-linhagem que contraria os princípios da linearidade e da progressão temporal, fundando na desordem as origens do amante de Iseu.

Referência(s)