Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Tratamento cirúrgico dos insulinomas -- estudo de 59 casos

1998; Brazilian Medical Association; Volume: 44; Issue: 2 Linguagem: Português

10.1590/s0104-42301998000200018

ISSN

1806-9282

Autores

Marcel Cerqueira César Machado, José Jukemura, José Eduardo Monteiro da Cunha, Sônia Penteado, Telésforo Bacchella, E. E. Abdo, André L. Montagnini, Paulo Herman, Marcel Autran C. Machado, H.W. Pinotti,

Tópico(s)

Gastrointestinal Tumor Research and Treatment

Resumo

Após a confirmação clínica e laboratorial de hiperinsulinismo, o principal problema consiste na localização precisa da lesão no parênquima pancreático, propiciando tratamento cirúrgico adequado. OBJETIVO: Analisar os métodos utilizados para o diagnóstico e localização pré e intra-operatório dos insulinomas, bem como as técnicas e os resultados do tratamento cirúrgico. MÉTODOS: Foram estudados 59 casos consecutivos de insulinoma submetidos a intervenção cirúrgica. Cada um dos métodos utilizados para a localização pré-operatória dessas lesões foi avaliado quanto à sua eficiência em confronto com os achados intra-operatórios. A palpação do pâncreas, isoladamente ou associada à ultra-sonografia intra-operatória, como métodos de localização dos insulinomas, foi também estudada. Os tipos de intervenção cirúrgica foram analisados quanto aos seus resultados imediatos e tardios. RESULTADOS: Dos 59 insulinomas, 55 eram benignos e quatro, malignos. Dos métodos utilizados para a localização pré-operatória, a ultra-sonografia foi eficiente em 28,1% dos casos, a tomografia computadorizada em 25%, a ultra-sonografia endoscópica em 27,2%, a arteriografia seletiva em 54,1% e a colheita de amostras de sangue portal para dosagem de insulina em 94,4% dos casos. A palpação bidigital, durante a intervenção cirúrgica, localizou as lesões em 54/55 casos (98,2%). A ultra-sonografia intra-operatória foi decisiva em apenas um caso. Cinco doentes apresentavam neoplasia endócrina múltipla tipo I e em todos as lesões pancreáticas eram múltiplas. Foram efetuadas 29 enucleações e 32 ressecções pancreáticas nos doentes com lesões benignas. Os doentes com lesões malignas foram submetidos a ressecções pancreáticas e quimioterapia. Não houve mortalidade, porém observaram-se complicações (fístulas) em 29/59 casos. Os resultados foram bons em 98,1% dos doentes com lesões benignas. Apenas um dos doentes com lesões malignas sobreviveu cinco anos. Três doentes portadores de lesões benignas e submetidos a ressecções pancreáticas evoluíram com diabetes tardiamente. CONCLUSÕES: A localização pré-operatória não é absolutamente necessária desde que a palpação bidigital associada a ultra-sonografia intra-operatória permite a localização de todas as lesões. As enucleações devem ser utilizadas, quando possível, de preferência às ressecções pancreáticas nas lesões benignas.

Referência(s)