
Avaliação da eficácia do aconselhamento nutricional dentro da estratégia do AIDPI (OMS/UNICEF)
2002; ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE SAÚDE COLETIVA; Volume: 5; Issue: 1 Linguagem: Português
10.1590/s1415-790x2002000100004
ISSN1980-5497
AutoresIná S. Santos, César G. Victora, José Martines, Helen Gonçalves, Denise Petrucci Gigante, Neiva J. Valle, Gretel H. Pelto,
Tópico(s)Maternal and Neonatal Healthcare
ResumoEste foi um estudo randomizado, controlado, cego, cujo objetivo foi avaliar o impacto do aconselhamento nutricional, dentro da estratégia da Atenção Integral às Doenças Prevalentes na Infância (OMS/UNICEF), sobre o crescimento infantil. Os 28 postos de saúde de Pelotas foram emparelhados conforme indicadores nutricionais. Um posto de cada par foi aleatoriamente selecionado e seus médicos treinados em aconselhamento nutricional. Foram incluídos 33 médicos e de cada um deles selecionados 12-13 pacientes, de 0 a 18 meses de idade. O estudo incluiu avaliação do conhecimento dos médicos, observação de consultas e visitas domiciliares aos 8, aos 45 e aos 180 dias após a consulta inicial. O conhecimento materno, as práticas alimentares e a aderência às recomendações foram avaliadas. Foram tomadas medidas antropométricas das crianças. O consumo de alimentos foi avaliado para um dia inteiro em uma subamostra de crianças. Os médicos do grupo intervenção sabiam mais sobre nutrição infantil e melhoraram seu desempenho em avaliação da alimentação e em aconselhamento nutricional. O recordatório materno, bem como a satisfação com a consulta, foram maiores no grupo intervenção. O uso referido dos alimentos recomendados foi maior no grupo intervenção. O aporte diário de lipídeos, calorias e zinco foi maior no grupo intervenção. As crianças de 12 meses ou mais apresentaram ganhos significativos no peso e diferenças positivas, embora não significativas, em comprimento. O treinamento em aconselhamento nutricional melhorou o desempenho dos médicos, as práticas maternas, as dietas e o crescimento das crianças. O desenho randomizado com avaliação cega do desfecho sugere fortemente uma associação causal.
Referência(s)