Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Associação entre coleta de resíduos sólidos domiciliares e saúde, Belo Horizonte (MG), Brasil

1999; Pan American Health Organization; Volume: 5; Issue: 2 Linguagem: Português

10.1590/s1020-49891999000200003

ISSN

1680-5348

Autores

Cícero Antônio Antunes Catapreta, Léo Heller,

Tópico(s)

Municipal Solid Waste Management

Resumo

Existem poucos estudos publicados sobre o efeito da coleta inadequada de resíduos sólidos sobre a saúde da população exposta a estes resíduos. O objetivo do presente trabalho foi descrever esta associação em uma amostra de crianças menores de 5 anos, moradoras de sete vilas e favelas em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. Foram consideradas expostas as crianças cujas famílias não eram beneficiadas pela coleta; não expostas eram as crianças cujas famílias moravam em zonas de coleta. Foi empregado o delineamento epidemiológico seccional, sendo definidos como "casos" os registros ambulatoriais secundários que indicavam doenças diarréicas, parasitárias e dermatológicas. Paralelamente, as demais notificações observadas para a mesma faixa etária constituíram o grupo controle. O estudo foi realizado com base em dados de 1994, sendo que os dados sobre incidência das doenças que caracterizaram os casos, assim como os registros empregados para a composição da amostra de controles, foram obtidos junto ao sistema informatizado da Secretaria Municipal da Saúde. O estudo epidemiológico desenvolvido revelou associação entre ausência de coleta de resíduos sólidos domiciliares e saúde pública. Os resultados sugerem que a população infantil exposta à ausência de serviços de coleta dos resíduos sólidos domiciliares possui 40% (razão de possibilidades de ocorrência ou odds ratio da ordem de 1,40) mais oportunidade de apresentar doenças diarréicas, parasitárias e dermatológicas do que a população não exposta. Além disso, o cálculo do risco atribuível populacional revelou que a universalização da coleta de lixo poderia evitar, considerando o quadro existente em 1995, 512 casos entre crianças nas vilas e favelas estudadas e, para a situação existente em 1994, 2316 casos entre a população infantil em toda a cidade de Belo Horizonte.

Referência(s)