No governo dos mundos: escravidão, contextos coloniais e administração de populações
2002; SciELO; Volume: 24; Issue: 3 Linguagem: Português
10.1590/s0101-546x2002000300001
ISSN1678-4650
Autores Tópico(s)Colonialism, slavery, and trade
ResumoComo um dos mais poderosos da era moderna, o império colonial português estabeleceu colônias e possessões em vários continentes. Controlando vastas regiões, administrou ligações comerciais, de trânsito de mercadorias e pessoas entre estes pontos. Como conseqüência deste quadro, foi obrigado também a lidar com diferentes grupos populacionais. Neste processo, um vasto conhecimento foi gerado no sentido de se definir fórmulas de "governo" destas populações que foram, de uma forma ou outra, incorporadas ao império. Entre estes grupos populacionais estavam: "degredados", "gentios", "índios" etc; certamente um dos mais significativos (demográfica e simbolicamente) eram os "escravos". O presente trabalho procura observar como muitos destes grupos foram sendo construídos como grupos, em diferentes contextos sócio-geográficos (em especial o Rio de Janeiro e Goa), a partir de práticas de administração de territórios e experiências sociais do "governo" de populações dentro dos quadros de políticas imperiais do exercício do poder. Assim, parte-se desta démarche para introduzir a perspectiva de como a idéia (moderna) de "escravo", paulatinamente construída pelo império colonial português, foi subsumindo e obscurecendo diferentes formas de vivenciar o cativeiro - ou seja, diferentes formas de trabalho compulsório - que eram encontradas em algumas colônias.
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