Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Reflexões acerca do espetáculo como fundamento cultural do ocidente

2008; UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO; Volume: 3; Issue: 1 Linguagem: Português

10.5585/eccos.v3i1.243

ISSN

1983-9278

Autores

Giulia Crippa,

Tópico(s)

Religion and Society in Latin America

Resumo

Propomos, neste artigo, uma revisão crítica da cultura ocidental utilizando como chave de interpretação a definição de sociedade do espetáculo de Guy Debord. Verifica-se que, em suas dimensões espetaculares, o Ocidente revela a capacidade de conservação e manutenção do(s) poder(es) constituído(s), por meio de uma sistemática operação de alienação de uma realidade vivida e de sua substituição pelas imagens adaptadas pelo próprio poder. Este aspecto se evidencia a partir da dissolução dos laços feudais do mundo urbano do século XII, quando surge uma economia pré-capitalista baseada em tráficos comerciais. Nesse contexto, verificam-se as heresias mais graves e as revoltas populares, que a Igreja procura contestar pela espetacularização de suas doutrinas. Durante o Renascimento, o poder encontra, como espetáculo, uma definição mais equilibrada na sociedade; no entanto, a reforma protestante cria, mais uma vez, a necessidade de uma nova espetacularização em favor das massas cristãs, produzindo o fenômeno do Barroco. Durante a Revolução Francesa, assistimos à criação de espetáculos que ganham a adesão das massas à revolução. Assim se constitui a sociedade de massas espetacular nas formas e conteúdos que refletem a realidade contemporânea.

Referência(s)